(Cfr. Lc 8, 49-56)
Aproximava-se a
Páscoa e Jesus sabe que essa será a Sua última Páscoa. Em Jerusalém irá sofrer
todo o martírio da Paixão e Morte. Tudo o que irá acontecer nesses dias
derradeiros, está bem patente no Seu espírito.
A Sua natureza
divina conhece em pormenor os incríveis sofrimentos, o desprezo, os ultrajes,
as mentiras, a violência, o abandono mais completo.
A Sua natureza
humana “força-se” a empreender o caminho que O levará a Jerusalém para cumprir
o plano salvífico.
Temos de admitir
que teve de fazer um esforço enorme, inaudito, para tomar essa firme resolução,
como nos diz S. Lucas. [1]
Também nós nos
enfrentamos, muitas vezes, com situações de grande tensão. Temos pela frente um
quadro negro e carregado de problemas, de dificuldades, de grande sofrimento.
Sabemos que é inevitável enfrentar a situação e temos de nos dispor a fazer o
que tem de ser feito. E, a nossa humanidade revolta-se firmemente contra isto,
porque o sofrimento, é contrário à condição humana, porque Deus nos criou para
sermos felizes.
«Bem-aventurado
significa «feliz», «ditoso», e em cada uma das Bem-aventuranças Jesus começa
prometendo a felicidade e assinalando os meios para a conseguir.
Porque começará
Nosso Senhor falando da felicidade?
Porque em todos os
homens existe uma tendência irresistível para ser felizes; este é o fim que
todos os seus actos propõem; mas muitas vezes procuram a felicidade onde não se
encontra, onde não acharão senão miséria.» [2]
Só que, a
felicidade, pelo menos a felicidade autêntica, duradoura, não está na
consolação e no bem-estar, na vida tranquila e sem incidentes.
A verdadeira
felicidade está no cumprimento da Vontade de Deus, custe o que custar, doa o
que doer.
«A Vontade de Deus
é a bússola que em todo o momento nos indica o caminho que nos leva a Ele; é,
ao mesmo tempo, o caminho da nossa própria felicidade. O cumprimento do querer
divino dá-nos também uma grande fortaleza para superar os obstáculos.» [3]
(AMA,
reflexões sobre o Evangelho, 2006)
[1] Cfr. Lc 9, 51.
[2] Cfr. j. garrigou lagrange, Las tres edades de la vida interior, Vol
I, 188.
[3] Cfr. francisco fernández carvajal, Hablar com Dios, Advento, 1ª Sem., 5ª F.
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