(Cfr. Lc 8, 49-56)
Acompanha-nos uma
multidão enorme, a perder de vista e que vai engrossando constantemente como
uma onda do mar, mas, embora eu tenha consciência dela, parece-me, ao mesmo
tempo, que só existo eu, que só eu Lhe interesso, que só a mim dedica a Sua atenção.
Compreendo que
também cada um, cada uma, dessa enorme multidão, ouviu as mesmas palavras: Tu! Vem e segue-me!
Uns nota-se bem,
estão há muito na Sua companhia andando o Seu caminho, outros, como eu,
chegaram mais recentemente e ainda olham, de vez em quando, para trás. Alguns,
acabam por desistir, sentam-se à beira do caminho e vão-se deixando ficar.
Parecem tristes, abatidos, talvez recordem com apego o que terão deixado e que,
julgam, lhes faz falta.
O que estranho é
que sendo eu tão decidido, tão senhor das minhas acções, tão categórico nas
escolhas que faço, não me tenha ocorrido perguntar-lhe para onde vamos, onde me
leva. Poderia pensar, por momentos, que estou a agir como um “zombie” sem
vontade ou sem querer tê-la, ou, então, que não consegui resistir à Sua voz, senti
que não teria alternativa.
Mas não!
Sinto-me bem vivo e
cheio de força, algo estranho, assim como que um ímpeto que se foi
transformando numa certeza.
A certa altura
pensei dizer-Lhe: ‘não sei se sou capaz de Te acompanhar por muito mais tempo’!
Mas percebi, quase
imediatamente, que Ele conhece esse meu temor, esta minha fragilidade e que,
não obstante, me quer tal como no primeiro momento quando me disse:
‘Tu! Vem e
segue-me!’
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