04/12/2019

THALITA KUM 27


THALITA KUM 27

(Cfr. Lc 8, 49-56)


Muito admirados terão ficado os que O rodeavam ao verem o novo rumo do caminho de Jesus.

Os mais próximos ter-se-ão dado conta da sua atitude perante Jairo, ouvido a sua interpelação suplicante e confiada. Não ouvindo resposta alguma do Mestre, mas tão só a Sua pronta decisão de ir com Jairo, deverão ter entendido que o Coração de Jesus fora profundamente tocado a satisfazer o que Lhe pedia. Alguns terão guardado este exemplo de como abordar o Mestre. Todos têm algo que Lhe pedir, talvez… nem saibam bem o quê porque sofrem tantas necessidades, sentem tantas carências. Sabem que Ele é o refúgio, o consolo, a solução e, também, ficaram a saber, pela atitude de Jairo, como obter tudo isso. 

«A nossa petição não se dirige a mudar a vontade divina, mas a obter o que já tinha disposto que nos concederia se Lho pedíssemos. Por isso é necessário pedir ao Senhor incansavelmente, pois não sabemos qual é a «medida» da oração que Deus espera que «enchamos» para nos outorgar o que quer dar-nos». [1]

O mistério da oração tem-nos sempre suspensos como que numa espécie de limbo nebuloso. Eu penso, quero confiar no Senhor e, por isso, rezo, mas, cá no meu íntimo, sei que não mereço nada e que a minha oração, muito provavelmente, não será ouvida.
Que mal estaríamos, se o Senhor só ouvisse as orações dos que têm algum merecimento…!
Eu sei, também, que o próprio Jesus insistiu, tantas vezes, em que rezássemos continuamente, sem desfalecer.
Deu-nos exemplos que constam nos Evangelhos.

(AMA, reflexões sobre o Evangelho, 2006)



[1] S. Tomás de Aquino, Suma Teológica, 2-2, q. 83, a. 2.

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