27/11/2019

THALITA KUM 21


THALITA KUM 21

(Cfr. Lc 8, 49-56)

Jairo não sabe nada destas coisas, sabe apenas que, aquele Homem em frente do qual se prostra é a sua única esperança naquela grande aflição.
Reconhece, assim, a Omnipotência de Jesus e, por causa deste reconhecimento que é já, em si mesmo, uma graça de Deus, toma a atitude de entrega, de submissão, de profundo respeito por Quem, sabe no íntimo do seu coração de pai amargurado, pode salvar a sua filha.

Jesus tem de se deter junto daquele homem que se ajoelha aos Seus pés.
A conversa interrompe-se, faz-se silêncio na multidão próxima, todos ficam expectantes do que se vai seguir.
Jairo explica, certamente com um acento de ansiedade:

«A minha filhinha está em agonia, Vem impor-lhe as mãos, para que se salve e viva!» [1]

Jesus entende muito bem a mensagem. Nela, Jairo, diz tudo quanto quer, o que precisa, o que deseja do Mestre. Diz o que o traz ali, à Sua presença, a urgência que o impele, a gravidade da situação que o consome e, com total confiança, faz o pedido, simples, concreto, objectivo.
É assim que devemos rezar.
Não nos ficarmos por “generalidades”.

Como as crianças, dizer exactamente o que desejamos, pedir o que queremos, abrir a alma e o coração sem medos nem receios. Como as crianças – Pai, quero isto, quero aquilo , sem rodeios nem falsas razões. O Senhor sabe muito bem o que precisamos e o que é melhor para nós e nunca deixará de nos ouvir como desejamos ser ouvidos. Dar-nos o que pedimos depende da Sua Vontade e do bem que o que pedimos pode, ou não, ser para nós. Mas, Ele, sabe mais, sempre, fará o que é melhor para nós.

‘Sei que farás sempre melhor que aquilo que Te peço. Aceito a Tua Vontade Santa sobre todas as coisas. Ámen’

(AMA, reflexões sobre o Evangelho, 2006)




[1] Mc 5, 23.

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