(Cfr. Lc 8, 49-56)
Na escolha feita
por Jesus, o que contou, de facto, foi a pronta decisão de O seguirem assim que
os chamou.
Certamente haveria,
na Palestina, outros homens de igual ou melhor carácter, com qualidades,
talvez, mais marcantes, muito provavelmente mais capazes de apreenderem com
maior rapidez a missão que lhes destinaria.
Mas, no mar,
sozinho entre o céu e a as águas profundas e misteriosas, o homem sente-se mais
entregue a si mesmo, percebe que a sua vida depende da sua perícia, da sua aptidão,
da sua capacidade de enfrentar as dificuldades.
Os pescadores estão
habituados a trabalhar em equipa, a obedecer a um chefe, o patrão da barca, a
quem confiam as suas vidas. É ele quem dá as ordens, quem destina o que se deve
fazer em cada momento, quem escolhe o rumo, quem melhor conhece os ventos e a
força das ondas.
Não só é, deles, o
que tem mais experiência, mas é quem sabe sempre o que fazer em todos os
momentos. Mantém a calma e a serenidade perante os perigos sempre à espreita,
sabe mandar e, muito importante, é capaz de substituir sempre quem, por este ou
aquele motivo, se encontre incapacitado para o trabalho que lhe compete.
São solidários uns
com os outros, se um, por qualquer motivo, falha no que lhe está cometido, é
substituído sem demora e sem recriminações.
Parece lógico que,
a Igreja, venha a ser confiada a homens assim.
(AMA,
reflexões sobre o Evangelho, 2006)
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.