AUGUSTISSIMAE
VIRGINIS MARIAE
DE SUA SANTIDADE
PAPA LEÃO XIII
5 –
A Confraria do Rosário
Os
confrades do Rosário imitam os anjos
11.
À confraria de que estamos falando cabe, depois, outro título de louvor, que
não queremos passar em silêncio.
Cada
vez que na recitação do Rosário mariano consideramos os mistérios da nossa
salvação, de certo modo imitamos e emulamos os ofícios outrora confiados à
milícia angélica.
Foram
eles, os anjos, que nos tempos estabelecidos revelaram estes mistérios, nos
quais tiveram grande parte e intervieram infatigavelmente, compondo o seu
semblante ora segundo a alegria, ora segundo a dor, ora segundo a exaltação da
glória triunfal.
Gabriel
é enviado à Virgem para lhe anunciar a Encarnação do Verbo eterno.
Na
gruta de Belém os Anjos acompanham com os seus cantos a glória do Salvador, há
pouco vindo à luz.
Um
Anjo adverte José a fugir e a dirigir-se para o Egipto com o Menino.
Enquanto
Jesus no Horto sua sangue por causa da Sua tristeza, um Anjo com a sua palavra
compassiva, conforta-o.
Quando
Jesus, triunfando sobre a morte, se levanta do sepulcro, Anjos noticiam isso às
piedosas mulheres.
Anjos
anunciam que Ele subiu ao Céu, e prenunciam que de lá Ele voltará entre as
falanges angélicas, para unir a elas as almas dos eleitos, e conduzi-las consigo
para entre os coros celestes, acima dos quais "foi exaltada a santa Mãe de
Deus".
Por
isto, de modo especial aos associados que praticam a devoção do Rosário se adaptam
às palavras que S. Paulo dirigia aos novos discípulos de Cristo:
"Chegastes ao monte de Sião e à cidade do
Deus vivo, à Jerusalém celeste e às miríades de Anjos" [1].
Que
pode haver de mais excelente e de mais suave do que contemplar a Deus e rogá-lo
juntamente com os Anjos?
Como
devem nutrir uma grande esperança e uma grande confiança de gozarem um dia no
Céu a beatíssima companhia dos Anjos aqueles que na terra, de certo modo,
compartilharam o ministério deles!
Auspícios
para a difusão da confraria
12.
Por tais motivos, os Pontífices Romanos sempre exaltaram com grandíssimos louvores
esta confraria dedicada a Maria.
Pio
V atribui à influência dela os seguintes resultados:
"Os fiéis transformaram-se rapidamente em
outros homens; as trevas da heresia se dissipam; e a luz da fé católica
manifesta-se" [3].
Sisto
V, observando o quanto esta instituição tem sido fecunda de frutos para a
religião, professa-se devotíssimo dela; muitos outros, enfim, enriqueceram-na
de preciosas e abundantíssimas indulgências, ou colocaram-na sob a sua
particular protecção, inscrevendo-se nesta, e manifestando-lhe por diversos
modos a sua benevolência.
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