17/10/2019

Leitura espiritual


Amar a Igreja 

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Agradeçamos, finalmente, tudo o que Deus Nosso Senhor nos concede, pelo facto maravilhoso de Se nos entregar Ele mesmo.
Que venha ao nosso peito o Verbo Encarnado!...
Que se encerre, na nossa pequenez, Aquele que criou céus e terra!... A Virgem Maria foi concebida imaculada para albergai Cristo no seu seio.
Se a acção de graças há-de ser proporcional à diferença entre o dom e os méritos, não devíamos converter todo o nosso dia numa Eucaristia contínua?
Não saiais do templo, mal acabeis de receber o Santo Sacramento. Tão importante é o que vos espera que não podeis dedicar ao Senhor dez minutos para lhe dizer obrigado?
Não sejamos mesquinhos.
Amor com amor se paga.

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Sacerdote para a Eternidade

Um sacerdote que vive deste modo a Santa Missa adorando, expiando, impetrando, dando graças, identificando-se com Cristo -, e que ensina os outros a fazer do Sacrifício do Altar o centro e a raiz da vida do cristão, demonstrará realmente a grandeza incomparável da sua vocação, esse carácter com que foi selado, e que não perderá por toda a eternidade.
Sei que me compreendeis quando vos afirmo que, ao lado de um sacerdote assim, se pode considerar um fracasso - humano e cristão - a conduta de alguns que se comportam como se tivessem de pedir desculpa por ser ministros de Deus.
É uma desgraça, porque os leva a abandonar o ministério, a arremedar os leigos, a procurar uma segunda ocupação que a pouco e pouco suplanta a que lhes é própria por vocação e por missão.
Frequentemente, ao fugir do trabalho de cuidar espiritualmente das almas, tendem a substituí-lo por uma intervenção em campos próprios dos leigos - nas iniciativas sociais, na política -, aparecendo então esse fenómeno do clericalismo, que é a patologia da verdadeira missão sacerdotal.

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Não quero terminar com esta nota sombria, que pode parecer pessimismo.
Não desapareceu na Igreja de Deus o autêntico sacerdócio cristão; a doutrina é imutável, ensinada pelos lábios divinos de Jesus.
Há muitos milhares de sacerdotes em todo o mundo que cumprem plenamente a sua missão, sem espectáculo, sem cair na tentação de lançar pela borda fora um tesouro de santidade e de graça, que existe na Igreja desde o princípio.

Aprecio a dignidade da finura humana e sobrenatural destes meus irmãos, espalhados por toda a terra.
É de justiça que se vejam já agora rodeados pela amizade, a ajuda e o carinho de muitos cristãos.
E quando chegar o momento de se apresentarem diante de Deus, Jesus Cristo irá ao seu encontro, para glorificar eternamente aqueles que, no tempo, actuaram em seu nome e na sua Pessoa, derramando com generosidade a graça de que eram administradores.

Voltemos de novo, em pensamento, aos membros do Opus Dei que serão sacerdotes no próximo Verão.
Não deixeis de pedir por eles, para que sejam sempre sacerdotes fiéis, piedosos, doutos, entregues, alegres!
Encomendai-os especialmente a Santa Maria, que torna ainda mais generosa a sua solicitude de Mãe com aqueles que se empenham, para toda a vida, em servir de perto o seu Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, Sacerdote Eterno.

SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ


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