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A Igreja é Una
Que
sejam um, assim como nós, clama Cristo a seu Pai;
para
que sejam todos um, como Tu, Pai, o és em Mim e eu em Ti, para que também eles
sejam um em Nós.
Brota
constantemente dos lábios de Jesus Cristo esta exortação à unidade, porque todo
o reino, dividido em facções contrárias, será desolado; e toda a cidade ou
família, dividida em bandos, não subsistirá.
Exortação
que se converte em desejo veemente:
Tenho
também outras ovelhas que não são deste aprisco; e importa que eu as traga, e
elas ouvirão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor
De
que forma maravilhosa pregou Nosso Senhor esta doutrina!
Multiplica
as palavras e as imagens, para que a compreendamos e fique gravada na nossa
alma a paixão da unidade.
Eu
sou a verdadeira vide e o meu Pai é o agricultor.
Todo
o sarmento que não dá fruto em Mim, ele cortá-la-á; e todo o que der fruto,
podá-la-á para que dê mais abundante fruto...
Permanecei
em Mim, que Eu permanecerei em vós.
Como
o sarmento não pode de si mesmo dar fruto, se não estiver unido à videira,
assim também vós se não permanecerdes em Mim.
Eu
sou a videira e vós as varas.
O
que permanece em Mim e Eu nele dá muito fruto, porque, sem Mim, nada podeis
fazer.
Não
vedes como aqueles que se separam da Igreja, estando às vezes cheios de
frondosidade não tardam em secar e como os seus frutos se transformam em
vermineira viva?
Amai
a Santa Igreja, Apostólica, Romana, Una! Porque, como escreve São Cipriano:
quem
recolhe noutro lado, fora da Igreja, dissipa a Igreja de Cristo.
E
São João Crisóstomo insiste:
não te separes da Igreja.
Nada é mais forte do que a Igreja. A tua esperança é a Igreja; a tua salvação é
a Igreja; o teu refúgio é a Igreja. É mais alta do que o céu e mais larga do
que a terra. Nunca envelhece e o seu vigor é eterno.
Defender
a unidade da Igreja traduz-se em viver muito unidos a Jesus Cristo, que é a
nossa vide.
Como?
Aumentando
a nossa fidelidade ao Magistério perene da Igreja: na verdade, não foi
prometido o Espírito Santo aos sucessores de Pedro para que por sua revelação
manifestassem uma nova doutrina, mas para que, com a sua assistência,
santamente custodiassem e fielmente exprimissem a revelação transmitida pelos
Apóstolos ou depósitos da fé.
Assim
conservaremos a unidade, venerando esta Nossa Mãe sem mancha e amando o Romano
Pontífice.
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Alguns
afirmam que ficamos poucos na Igreja.
Eu
responder-lhes-ia que, se todos defendessem com lealdade a doutrina de Cristo,
depressa cresceria consideravelmente o número, porque Deus quer que se encha a
sua casa.
Na
Igreja descobrimos Cristo, que é o Amor dos nossos amores.
E
temos de desejar para todos esta vocação, este gozo íntimo que nos embriaga a
alma, a doçura luminosa do Coração misericordioso de Jesus.
Devemos
ser ecuménicos, ouve-se repetir.
Pois
sim.
No
entanto, temo que, por trás de algumas iniciativas auto-denominadas ecuménicas,
se oculte uma fraude, pois são actividades que não conduzem ao amor de Cristo,
à verdadeira vide.
Por
isso não dão fruto.
Eu
peço todos os dias ao Senhor que torne cada vez maior o meu coração, para que
continue a tornar sobrenatural este amor que pôs na minha alma a todos os
homens, sem distinção de raça, de povo, de condições culturais ou de fortuna.
Estimo
sinceramente a todos, católicos e não católicos, aos que crêem em alguma coisa
e aos não crentes, que me dão tristeza.
Mas
Cristo fundou uma única Igreja, tem uma única Esposa.
A
união dos cristãos?
Sim.
Mais
ainda: a união de todos os que crêem em Deus.
Mas
só existe uma Igreja verdadeira.
Não
é preciso reconstruí-la com pedaços disperses por todo o mundo. E não necessita
de passar por nenhum tipo de purificação para depois se encontrar finalmente
limpa.
A
Esposa de Cristo não pode ser adúltera, porque é incorruptível e pura. Só uma
casa conhece, guarda a inviolabilidade de um único tálamo com pudor casto.
Ela
conserva-nos para Deus, ela destina para o Reino os filhos que engendrou.
Todo
aquele que se separa da Igreja une-se a uma adúltera, afasta-se das promessas
da Igreja:
não
conseguirá as recompensas de Cristo quem abandona a Igreja de Cristo.
SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
(cont)
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