Local:
Cova da Iria
Data:
13 de Junho de 1917
Pessoas
presentes: 50 a 60
«–
Vossemecê que me quer? – perguntei.
–
Quero que venhais aqui no dia 13 do mês que vem, que rezeis o Terço e que
aprendam a ler. Depois direi o que quero.
Pedi
a cura dum doente.
–
Se se converter, curar-se-á durante o ano.
–
Queria pedir-lhe para nos levar para o Céu.
–
Sim; a Jacinta e o Francisco levo-os em breve. Mas tu ficas cá mais algum
tempo. Jesus quer servir-Se de ti para me fazer conhecer e amar. Ele quer
estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração. [A quem a abraçar,
prometo a salvação; e serão queridas de Deus estas almas, como flores postas
por Mim a adornar o Seu trono].
–
Fico cá sozinha? – perguntei, com pena.
–
Não, filha. E tu sofres muito? Não desanimes. Eu nunca te deixarei. O meu
Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus.
Foi
no momento em que disse estas últimas palavras que abriu as mãos e nos
comunicou, pela segunda vez, o reflexo dessa luz imensa. Nela nos víamos como
que submergidos em Deus. A Jacinta e o Francisco pareciam estar na parte dessa
luz que se elevava para o Céu e eu na que se espargia sobre a terra. À frente
da palma da mão direita de Nossa Senhora, estava um coração cercado de espinhos
que parecia estarem-lhe cravados. Compreendemos que era o Imaculado Coração de
Maria, ultrajado pelos pecados da humanidade, que queria reparação.»
Notas:
Memórias da Irmã Lúcia I.
14.ª ed. Fátima: Secretariado dos Pastorinhos, 2010, p. 175-176 (IV Memória); a
secção entre parênteses retos inclui o acréscimo indicado pela Irmã Lúcia na
sua carta de Tuy de 17 de Dezembro de 1927: cf.Memórias da Irmã Lúcia I, p.
175, nota 14.
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