Por
vezes debato-me com esta pergunta que me surge a propósito de algo que, à
primeira vista, será algo estranho, insólito ou, pelo menos, fora do âmbito
onde me movo.
Sim…
o que posso fazer?
Que
conhecimentos, habilitações, ou autoridade, tenho, para me “meter num assunto”
que parece não me dizer respeito directamente?
E
porque sinto que tenho de fazer alguma coisa, intervir seja de que modo for,
para sossegar o meu espírito e a minha vontade de ser útil, solidário,
interessado?
Será
que a minha missão neste mundo passa por aí, quer dizer, intervir sem mais, sem
esperar convite ou desafio, mas apenas porque entendo que é minha obrigação
fazê-lo?
Será
que os outros, nomeadamente a quem o assunto diz respeito, esperam isso de mim?
Terão
alguma expectativa sobre o que penso ou faço para resolver – ou pelo menos
ajudar a resolver – essa questão?
Mereço
essa confiança?
Existe
da parte dos outros essa expectativa?
Na
verdade penso que tenho de responder positivamente a todas essas questões mesmo
sem me preocupar se tenho ou não aptidões para tal.
Talvez
espere por um convite que poderá surgir de forma “muda”, sem formalidade nem
uma solicitação expressa.
Mas,
tal, não tem de acontecer dessa forma tão clara e evidente.
Se
alguém me conta algo, um problema, me revela uma dificuldade, me expõe uma
dúvida, seguramente que o faz não para me informar mas, para que eu possa dar o
meu contributo – seja conselho ou opinião – sobre o que me revela.
Se
não porque o faria?
Se
alguém me diz simplesmente: ‘Estou triste’ sem acrescentar o que for, não
esperará de mim uma pergunta simples: ‘Porquê?’
É
evidente que sim, ninguém anuncia a outro um estado de alma sem ser para tentar
obter uma resposta que revele interesse e, possivelmente, ajuda.
O
que posso fazer?
Muito!
Posso – e devo – fazer muito.
(AMA,
reflexão, 20.10.2018)
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