BENIGNIDADE
Livre das sombras do
egoísmo, o homem bom possui uma qualidade cativante, que é uma das suas mais
expressivas características: é benigno com todos.
A benignidade é, antes de
mais nada, um especial modo de ver os outros.
Para expressá-lo de
maneira simples, poderíamos dizer que é benigno aquele que enxerga o próximo
“com bons olhos”, e isto significa que possui uma inclinação habitual para
fixar a sua atenção no “lado bom” das pessoas.
Dentro do seu coração,
está convencido de que não há nenhuma criatura que não tenha valor.
Percebe amorosamente que
em cada ser humano, de um modo ou de outro, encontram-se as sementes, o latejar
do bem.
Pois todo o homem, por
mais deficiente que seja, conserva – mesmo por entre as mais densas sombras do
pecado – a “imagem de Deus”, uma “imagem” que pode e deve ser amada.
“Dentro do avarento mais egoísta
– dizia Paul Claudel –, no interior da pior prostituta e do mais indecente
bêbado há uma alma imortal, santamente ocupada em respirar e que, não podendo fazê-lo
de dia, ao menos no repouso do sono pratica a sua adoração noturna”.
No interior do mais degradado
pecador – poderíamos acrescentar – há um santo à espera de que o despertem.
E só poderá acordá-lo o
amor, o respeito e a confiança de um coração bom.
Francisco
Faus [i]
[i]
Francisco Faus é licenciado em Direito pela
Universidade de Barcelona e Doutor em Direito Canónico pela Universidade de São
Tomás de Aquino de Roma. Ordenado sacerdote em 1955, reside em São Paulo, onde
exerce uma intensa atividade de atenção espiritual entre estudantes
universitários e profissionais. Autor de diversas obras literárias, algumas
delas premiadas, já publicou na coleção Temas Cristãos, entre outros, os
títulos O valor das dificuldades, O homem bom, Lágrimas de Cristo, lágrimas dos
homens, Maria, a mãe de Jesus, A voz da consciência e A paz na família.
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