25/12/2018

Leitura espiritual


O HOMEM BOM




BENIGNIDADE




Livre das sombras do egoísmo, o homem bom possui uma qualidade cativante, que é uma das suas mais expressivas características: é benigno com todos.
A benignidade é, antes de mais nada, um especial modo de ver os outros.
Para expressá-lo de maneira simples, poderíamos dizer que é benigno aquele que enxerga o próximo “com bons olhos”, e isto significa que possui uma inclinação habitual para fixar a sua atenção no “lado bom” das pessoas.
Dentro do seu coração, está convencido de que não há nenhuma criatura que não tenha valor.
Percebe amorosamente que em cada ser humano, de um modo ou de outro, encontram-se as sementes, o latejar do bem.
Pois todo o homem, por mais deficiente que seja, conserva – mesmo por entre as mais densas sombras do pecado – a “imagem de Deus”, uma “imagem” que pode e deve ser amada.
“Dentro do avarento mais egoísta – dizia Paul Claudel –, no interior da pior prostituta e do mais indecente bêbado há uma alma imortal, santamente ocupada em respirar e que, não podendo fazê-lo de dia, ao menos no repouso do sono pratica a sua adoração noturna”.
No interior do mais degradado pecador – poderíamos acrescentar – há um santo à espera de que o despertem.
E só poderá acordá-lo o amor, o respeito e a confiança de um coração bom.

Francisco Faus [i]


[i] Francisco Faus é licenciado em Direito pela Universidade de Barcelona e Doutor em Direito Canónico pela Universidade de São Tomás de Aquino de Roma. Ordenado sacerdote em 1955, reside em São Paulo, onde exerce uma intensa atividade de atenção espiritual entre estudantes universitários e profissionais. Autor de diversas obras literárias, algumas delas premiadas, já publicou na coleção Temas Cristãos, entre outros, os títulos O valor das dificuldades, O homem bom, Lágrimas de Cristo, lágrimas dos homens, Maria, a mãe de Jesus, A voz da consciência e A paz na família.


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