
Em
certa ocasião, vi uma águia encerrada numa jaula de ferro. Estava suja e meia
depenada. Tinha entre as garras um pedaço de carne podre. Pensei então no que
seria de mim se abandonasse a vocação recebida de Deus. Tive pena daquele
animal solitário, enjaulado, que tinha nascido para subir muito alto e olhar de
frente o Sol. Podemos ascender até às humildes alturas do amor de Deus, do
serviço a todos os homens. Para isso, porém, é preciso que não haja na alma recantos
escondidos, onde não possa entrar o sol de Jesus Cristo. Temos de deitar fora
todas as preocupações que nos afastem d'Ele; e assim terás Cristo na tua
inteligência, Cristo nos teus lábios, Cristo no teu coração, Cristo nas tuas
obras. Toda a vida – o coração e as obras, a inteligência e as palavras – cheia
de Deus. (...)
Invoca
comigo Nossa Senhora, e imagina como passaria Ela aqueles meses à espera do
Filho que havia de nascer. E Nossa Senhora, Santa Maria, fará com que sejas alter Christus, ipse Christus, outro Cristo,
o próprio Cristo. (Cristo que passa, 11)