Hoje
– dia 12 de Julho de 2018 – à hora que escrevo esta reflexão, milhares e
pessoas de todos os cantos do mundo convergem para o recinto do Santuário de
Fátima onde, em breve começará a tradicional “Procissão das Velas”.
É
algo que não tem paralelo nas manifestações dos cristãos em todo o mundo. Posso
afirmá-lo sem receio de ser considerado exagero porque não sou o único a
afirmá-lo.
Mas,
o que me leva a esta reflexão de hoje tem muito de pessoal e, diria, reservado.
No
dia Treze de 1948 – faz amanhã setenta anos! Um miúdo de Oito Anos estava – uma
vez mais – presente na Missa dos Doentes, como se chamava então a Missa do
Meio-Dia do dia Treze.
Não
entendia, com a sua pouca idade, o que se passava, havia três anos que todos os
meses a sua Mãe o levava a Fátima – à “Missa dos Doentes” – portador de um
cartão pregado na camisa dizendo não me lembro o quê mas que. sei. era o cartão
“oficial” passado pelas autoridades médicas do Santuário para os doentes que
deveriam – ou poderiam se assim quisessem – participar na bênção especial da “Missa
dos Doentes”.
Olhava
os olhos – húmidos de lágrimas mal contidas – da sua querida Mãe e ali ficava,
sossegado e tranquilo como qualquer criança da sua idade.
Mas…
depois…
O
António tinha, de facto, uma doença gravíssima e, na época, de pouca esperança
de cura. O que era conhecido na época como um LINFOGRANOLOMA que não é outra
coisa que uma leucemia.
Não
havia nenhum tratamento especial, todos os meses ia a Coimbra fazer uns “bombardeamentos”
de cobalto mas sem efeito nenhum visível.
Igualmente,
porque em Portugal na altura não havia meios para isso, eram enviados para a
Alemanha pequenas amostras de tecidos que o médico lhe retirava dos vários gânglios
pelo corpo, nomeadamente, no pescoço.
A
última resposta tinha sido – soube depois – demolidora: “não há nada a fazer!”
No
dia sete ou oito de Julho desse ano tinham sido enviadas para a Alemanha novas
amostras de tecidos.
No
dia Quinze ou Dezasseis de Julho o médico telefona à minha Mãe:
‘Chegaram
os resultados da Alemanha. O António não tem qualquer vestígio da doença!’
Não
digo mais porque não posso nem devo atrever-me, mas só acrescento que tenho
absoluta certeza que a minha querida Mãe obteve da nossa Querida Mãe do Céu a
graça que pedia!
(Acrescento,
mesmo sem necessidade, o António tem hoje setenta e oito anos, três filhas e
nove Netos!)
(AMA,
reflexões, 12.07.2018)
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