O forno arde. Ao arder,
queima todo o material, seja lenha ou outra matéria facilmente combustível.
O Coração de Jesus, o
Coração humano de Jesus, queima com o amor que o enche. E este é o amor ao Pai
Eterno e o amor aos homens: as filhas e os filhos adoptivos.
O forno, queimando, pouco a
pouco apaga-se. O Coração de Jesus, ao contrário, é forno inextinguível. Nisto
parece-se com a sarça-ardente do Êxodo, em que Deus Se revelou a Moisés. A
sarça ardia com o fogo, mas... não se consumia (Ex 3,2).
Efectivamente, o amor que
arde no Coração de Jesus é sobretudo o Espírito Santo, no qual Deus-Filho se
une eternamente ao Pai. O Coração de Jesus, o Coração humano de Deus-Homem,
está abrasado pela chama viva do Amor trinitário, que jamais se extingue.
Coração de Jesus, forno ardente
de caridade. O forno, enquanto arde, ilumina as trevas da noite e aquece os
corpos dos viajantes inteiriçados com o frio.
Hoje queremos pedir à Mãe do
Verbo Eterno, para que no horizonte da vida de cada uma e cada um de nós não
cesse nunca de arder o Coração de Jesus, forno ardente de caridade. Para que
Ele nos revele o amor que não se extingue nem se deteriora jamais, o Amor que é
eterno. Para que ilumine as trevas da noite terrena e aqueça os corações.
Dando-Lhe as graças pelo
único amor capaz de transformar o mundo e a vida humana, dirigimo-nos com a
Virgem Imaculada, no momento da Anunciação ao Coração Divino que não cessa de
ser forno ardente de caridade. Ardente: como a sarça que Moisés viu ao pé do monte
Horeb.
(SÃO
JOÃO PAULO II, Angelus, 1985.06.23)
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