
Quem te diz a ti que empregar as palavras certas,
as palavras que carregam a tua verdade, olhos nos olhos do outro não é algo de
absolutamente vantajoso para ambas as partes? Quem? E sim, ainda que possa doer
um pouco. A verdade dói quase sempre. O crescimento dos dentes também, certo? E,
no entanto, é vital, não é? Assim se passa com a mente. A evolução da mente de
mentirosa para potenciadora passa pela dor, por ouvir certas verdades a nosso
respeito, aceitá-las se for o caso e depois treiná-la e orientá-la na direção
que pretendemos. Agora, viver na ignorância de acreditar que os outros é que
estão sempre certos é que é manifestamente ridículo. Somos pessoas, dependemos
de nós mas precisamos sempre dos outros e ficar calado não ajuda nada. Matas-te
e fazes o outro acreditar que é dono e senhor da razão. Não dá. Não pode ser. A
ti foi-te concedida a oportunidade de viver e inspirar, portanto não vamos
abdicar nem de uma coisa nem de outra. Vive e inspira. Apaixona-te e passa a
palavra. Respeita-te e comunica. De que adianta viver num faz de conta? Faz de
conta que o amo. Faz de conta que sou feliz. Faz de conta que gosto do que
faço. Faz de conta que gosto dos meus pais. Faz de conta que não sei. Faz de
conta que sim. Faz de conta que não. O que é isto? Sim, o que é isto? É
ingrato, é sujo, degradante e desumano. É isto que é.
Gustavo
Santos, in 'A Força das Palavras'
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