Associação
alerta que com a morte se «elimina a pessoa que sofre»
A
Associação dos Médicos Católicos Portugueses (AMCP) afirmou em Conselho
Nacional a sua “absoluta oposição à prática da Eutanásia”, num contributo para
o debate sobre o tema, defendendo o valor da vida humana e o papel do médico.
“Reafirmamos,
pois, com convicção e fortaleza, que toda a vida merece acolhimento, respeito e
proteção. Que toda a vida tem dignidade. Que nenhuma circunstância a tornará
indigna. Muito menos a doença ou o sofrimento”, lê-se num comunicado enviado
hoje à Agência ECCLESIA.
Os
médicos católicos explicam que querem estar ao serviço da vida e dos doentes e
referem que conhecem a “importância da confiança” na relação médico-doente e no
sistema de saúde.
“A
possibilidade da Eutanásia fere de morte esta confiança”, alerta a associação
que manifesta a “veemente oposição” à legalização da Eutanásia e “à violação ou
alteração do Código Deontológico”.
A
AMCP apresenta 10 razões que justificam o reafirmar da sua “absoluta oposição à
prática da Eutanásia” que “não é um ato médico”.
“Os
princípios da medicina excluem a prática da eutanásia, da distanásia e do
suicídio assistido. Não se pode instrumentalizar a medicina com objetivos que
são alheios à sua atividade, à sua prática, à sua Ética e à Lei Fundamental”,
pode ler-se.
A
Associação dos Médicos Católicos Portugueses assinala que “não é possível” ser
médico sem passar pelo confronto “com o sofrimento e com a morte”, mas os
médicos não são “donos da vida dos doentes”, como não são donos da sua morte.
“É
possível aliviar a dor física intensa e a angústia. Os medicamentos hoje
disponíveis tornam possível o bem-estar, sem dor”, observam.
O documento
foi aprovado por “unanimidade” no último Conselho Nacional da AMCP, a 18 de
março, em Fátima, tendo como pano de fundo a próxima apresentação na Assembleia
da República de dois projetos de lei que pretendem legalizar a prática da
Eutanásia.
Segundo
a AMCP, o debate público tem introduzido ideias como “as da autodeterminação,
da liberdade, da dignidade e da compaixão”, considerando que é preciso ser
claro com termos que pretendem “confundir e manipular a opinião pública”.
“A
vida é um direito inviolável e irrenunciável. Ninguém deverá ter, seja em que
circunstâncias for, o direito a ser morto. A pretensão de querer eliminar o
sofrimento é compreensível. Mas não se elimina o sofrimento com a morte: com a
morte elimina-se a pessoa que sofre”, desenvolve.
Neste
âmbito, defende o “alargamento” das redes de cuidados continuados e de cuidados
paliativos, que “é o esforço” que uma sociedade mais humana deve promover.
Na
informação enviada à Agência ECCLESIA, o Patriarcado de Lisboa acrescenta que
Margarida Neto é a nova presidente do Núcleo de Lisboa da Associação dos
Médicos Católicos Portugueses.
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