1. CRISTO É SUPERIOR
AOS SACERDOTES LEVITAS (7,1-28)
Melquisedec (Gn 14; Sl 110,4)
- 1Este Melquisedec, rei de Salém, sacerdote do Deus
Altíssimo, foi ao encontro de Abraão quando ele voltava da derrota infligida
aos reis e abençoou-o; 2Abraão concedeu-lhe o dízimo de todas as coisas; o seu
nome significa, em primeiro lugar, rei de justiça, e depois, «rei de Salém»,
que quer dizer «rei de paz». 3Sem pai, sem mãe, sem genealogia, sem princípio
de dias nem fim de vida, assemelha-se ao Filho de Deus e permanece sacerdote
para sempre. 4Considerai, portanto, como é grande aquele a quem o patriarca
Abraão deu o dízimo dos despojos. 5Na verdade, também os filhos de Levi que
recebem o sacerdócio, têm ordem, segundo a Lei, para cobrar o dízimo ao povo,
isto é, aos seus irmãos, embora eles sejam também descendentes de Abraão. 6Mas
aquele, que não era da sua descendência, cobrou o dízimo de Abraão e abençoou o
detentor das promessas. 7Ora, sem dúvida, é o inferior que é abençoado pelo
superior. 8Num caso, os que cobram o dízimo são homens mortais, mas no outro, é
alguém que se afirma estar vivo. 9E, por assim dizer, Levi, que recebe o
dízimo, pagava o dízimo, na pessoa de Abraão, 10pois ele ainda estava nas
entranhas do seu antepassado quando Melquisedec veio ao seu encontro.
Sacerdote segundo a
ordem de Melquisedec
- 11Ora, se a perfeição tivesse sido realizada pelo
sacerdócio levítico - sob ele o povo recebeu a Lei - que necessidade havia de
que surgisse um outro sacerdote segundo a ordem de Melquisedec, e não segundo a
ordem de Aarão? 12De facto, quando muda o sacerdócio, dá-se também,
necessariamente, a mudança da Lei. 13Aquele de quem isto se diz pertence a
outra tribo, da qual nenhum membro fez o serviço do altar. 14É claro que Nosso
Senhor procede de Judá, tribo acerca da qual Moisés nada disse a propósito dos
sacerdotes. 15E isto é ainda mais evidente, quando aparece outro sacerdote à
semelhança de Melquisedec, 16instituído, não segundo o mandamento de uma lei
humana, mas segundo o poder de uma vida indestrutível. 17Na verdade, dele se
testemunha: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedec.
18Assim, dá-se, por um lado, a abolição do mandamento precedente, devido à sua
fraqueza e inutilidade 19- pois a Lei nada levou à perfeição - e, por outro, a
introdução de uma esperança melhor, mediante a qual nos aproximamos de Deus.
20E isso não foi feito sem juramento. Os outros tornavam-se sacerdotes sem
juramento, 21mas este com um juramento daquele que lhe disse: O Senhor jurou e
não se arrependerá: Tu és sacerdote para sempre. 22Por isso mesmo, Jesus se tornou
o garante de uma aliança superior. 23Além disso, aqueles sacerdotes eram
numerosos porque a morte os impedia de continuar, 24mas este, porque permanece
eternamente, possui um sacerdócio que não acaba. 25Sendo assim, Ele pode salvar
de um modo definitivo, os que por meio dele se aproximam de Deus, pois Ele está
vivo para sempre, a fim de interceder por eles. 26Tal é, com efeito, o Sumo
Sacerdote que nos convinha: santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores
e elevado acima dos céus, 27que não tem necessidade, como os outros sacerdotes,
de oferecer vítimas todos os dias, primeiro pelos seus próprios pecados e
depois pelos do povo, porque Ele o fez uma vez por todas, oferecendo-se a si
mesmo. 28A Lei, com efeito, constitui sumos sacerdotes a homens sujeitos à
debilidade; mas a palavra do juramento, posterior à Lei, constitui o Filho
perfeito para sempre.
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