9. O papel
insubstituível do pai
Não pode, de igual modo, ignorar-se que o homem tem um
contributo específico e insubstituível a dar à vida familiar e social,
cumprindo a sua vocação à paternidade, que não é só biológica, assumindo a
missão que só o pai pode desempenhar cabalmente. Talvez o âmbito em que mais se
nota a ausência desse contributo seja o da educação, o que já levou a que se
fale do pai como o “grande ausente”. Isto pode originar sérias consequências,
tais como desorientação existencial dos jovens, toxicodependência ou delinquência
juvenil. Se a relação com a mãe é essencial nos primeiros anos de vida, é
também essencial a relação com o pai, para que a criança e o jovem se
diferenciem da mãe e assim cresçam como pessoas autónomas. Não bastam os afectos
para crescer: são necessárias regras e autoridade, o que é acentuado pelo papel
do pai.
Num contexto em que se discute a legalização da adopção
por pares do mesmo sexo, não é supérfluo sublinhar a importância dos papéis da
mãe e do pai na educação das crianças e dos jovens: são papéis insubstituíveis
e complementares. Cada uma destas figuras ajuda a criança e o jovem a construir
a sua própria identidade masculina ou feminina. Mas também, e porque nem o
masculino nem o feminino esgotam toda a riqueza do humano, a presença dessas duas
figuras ajudam-nos a descobrir toda essa riqueza, ultrapassando os limites de
cada um dos sexos. Uma criança desenvolve‑se
e prospera na interacção conjunta da mãe e do pai, como parece óbvio e estudos científicos comprovam.
(cont)
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