…/5
Tudo isso me leva de volta ao caso real
que eu descrevi já há algum tempo.
Apresento a seguir alguns trechos do que
escrevi há quase quinze anos, quando eu estava na paróquia de Santa Maria
Antiga [i], na
capital norte-americana celebrando a missa em latim na forma extraordinária.
Era uma missa solene.
Não seria diferente da maioria dos Domingos,
mas algo muito impressionante estava prestes a acontecer.
Como vocês devem saber, a antiga missa
em latim era celebrada "ad orientem",
ou seja, voltada em direcção ao oriente litúrgico.
Sacerdote e fiéis ficavam todos de
frente para a mesma direcção, o que significa que o celebrante permanecia, na
prática, de costas para as pessoas.
Ao chegar a hora da consagração, o
sacerdote inclinava-se com os antebraços sobre o altar, segurando a hóstia
entre os dedos.
Naquele dia, eu pronunciei as veneráveis
palavras da consagração em voz baixa, mas de modo claro e distinto: “Hoc est enim Corpus meum” (Este é o meu
Corpo).
O sino tocou enquanto eu me ajoelhava.
Atrás de mim, no entanto, houve algum
tipo de perturbação; uma agitação ou sons incongruentes vieram dos bancos da
parte da frente da igreja, logo nas minhas costas, um pouco mais para a minha
direita.
Em seguida, um gemido ou resmungo.
‘O que foi isso?’, perguntei-me a mim
mesmo.
Não pareciam sons humanos, mas grasnidos
de algum animal de grande porte, como um javali ou um urso, junto com um gemido
plangente que também não parecia humano.
Eu elevei a hóstia e novamente me
perguntei:
‘O que foi isso?’.
Então, silêncio.
Celebrando no antigo rito da missa em
latim, eu não podia virar-me facilmente para olhar. Mas ainda pensei: ‘O que
foi isso?’
(cont)
p. charles pope
Revisão da versão portuguesa por ama.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.