Houve-se com frequência dizer a respeito de alguém:
'É muito honesto'.
Isto é dito como se fosse algo extraordinário, fora do "normal".
Mas, então, o normal não é ser-se honesto!
Aliás, não se é "muito honesto" ou se é ou
não!
Por isso penso que esta locução não faz qualquer
sentido e que o que realmente se deveria dizer seria:
'Pode confiar-se' (nessa pessoa).
Isto sim é o que realmente queremos pensar a respeito
dos outros e que igualmente desejamos que os outros pensem de nós.
Claro que uma pessoa digna de confiança é, por
natureza, honesta.
É que parece haver uma tendência para considerar que a
honestidade se resume e conclui em não se apropriar do alheio quando, de facto,
é muito mais que isso: é viver, pensar e actuar com critérios sãos e estáveis,
que não mudam conforme as circunstâncias, o ambiente ou outra coisa qualquer.
Considerar alguém honesto só porque não se apropria do
que não lhe pertence é reduzir essa virtude a um mero comportamento, ou dito de
outra forma, que essa virtude é a consequência lógica de não ter o defeito.
Mas... não ter um defeito não determina possuir uma
virtude.
Por exemplo:
Se não me embriago não permite concluir que tenha a
virtude da temperança mas apenas que sou comedido na bebida;
Se cumpro as regras de trânsito não quer dizer que sou
obediente mas que respeito as leis;
As virtudes - tema já abordado antes - só se
adquirem com os bons hábitos praticados com regularidade e independentemente
das circunstâncias.
Por isso mesmo é muito importante a igualdade de vida.
Mas… E o que vem a ser a "igualdade de
vida"?
Para os cristãos, è proceder de acordo com a Fé que
afirmam professar, sem "intervalos" ou concessões.
Que os actos correspondam ao que se diz, que haja
coerência, sintonia, entre o que se pensa e diz e o que se pratica.
Que, em suma, se seja honesto consigo próprio.
Mas, sobretudo, se seja honesto com Deus Nosso Senhor
que não pode aceitar nem desculpas nem "justificações" se o nosso
comportamento não corresponde integralmente ao que Ele tem todo o direito de
esperar.
Ele sabe muito bem se o que fazemos corresponde à Sua
Vontade ou aos nossos desejos ou conveniências de momento.
Portanto, pode concluir-se, igualdade de vida é fazer,
em tudo, a Vontade de Deus!
ama, 2013
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