08/04/2016

Ano Jubilar da misericórdia - Reflexão

O sorriso

O sorriso pode ser uma obra de misericórdia?

Sem mais... digo que sim.

Reparamos no que se passa à nossa volta, no rosto das pessoas que se cruzam connosco, partilham o mesmo transporte público, etc. e damo-nos conta que raramente se vê um sorriso, uma clara manifestação de boa disposição, bem ao contrário, apresentam um ar ou preocupado, ou distante, alheado, quando não reflexo de uma tristeza interior real e concreta.

As pessoas perderam o hábito de sorrir, de cantarolar, de se manifestar alegres e bem-dispostas.

Talvez que a vida não nos apresente motivos de grandes alegrias mas antes de sérias preocupações e anseios. Pode ser.
Mas e a confiança no futuro?
A esperança em "dias melhores", a luta por ser solidário em vez de solitário, de ser activo em lugar de passivo?
E... os outros?
Muito provavelmente tudo se deve a um excessivo preocupar-se consigo próprio, em considerar-se merecedor de todas as atenções, em prestar demasiada atenção ao Eu!

Sim, ė verdade! Examinemos se este não é o nosso caso.
Talvez tenhamos alguma dificuldade em reconhecer que estamos muitas vezes na expectativa de receber de alguém uma atenção particular - que julgamos ter o direito de esperar - e quando tal não se verifica nos sentimos defraudados e frustrados.

Afinal... não querem saber de mim...

E, quase nunca isso é absolutamente verdade ou, pelo menos, é tão verdade como nós próprios queremos saber dos outros.

Faz o que queres que te façam!

É uma " máxima " recorrente mas que pode encerrar uma atitude estudada de fazer algo esperando retorno.
Sentir deste modo pode comprometer a bondade do nosso actuar que passa de natural e espontâneo, como deve ser, a interesseiro e calculista.
Por isso dizia que a verdadeira misericórdia tem - deve ter - uma característica fundamental e que poderia resumir numa outra "máxima" muito simples e pragmática: "faz o bem sem olhar a quem".
[1]




[1] (ama, Reflexão, Ano Jubilar da Misericórdia, 2016.01.31)

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