Peçamos os bens
temporais discretamente, e tenhamos a segurança – se os recebemos – de que
procedem de quem sabe que nos convêm.
Pediste e não recebeste?
Fia-te no Pai; se te
conviesse ter-te ia dado.
Julga por ti mesmo.
Tu és diante de Deus,
pela tua inexperiência das coisas divinas, como o teu filho ante ti com a sua
inexperiência das coisas humanas.
Aí tens esse filho
chorando o dia inteiro para que lhe dês uma faca ou uma espada.
Negas-te a dar-lha e não
fazes caso do seu pranto, para não teres que chorá-lo morto.
Agora geme, aborrece-se
e dá pontapés para que o montes no teu cavalo; mas tu não fazes caso porque,
não sabendo conduzi-lo, arrojá-lo-á e matá-lo-á.
Se lhe recusas esse pouco,
é para lhe reservares tudo; negas-lhe agora os seus insignificantes e perigosos
pedidos para que vá crescendo e possua sem perigo toda a fortuna.
(santo agostinho, Sermão, 80, 2 7-8)
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