Em seguida devemos tratar do baptizado
de Cristo. E nesta questão discutem-se oito artigos:
Art. 1 — Se devia Cristo ser baptizado.
Art. 2 — Se Cristo devia receber o baptismo
de João.
Art. 3 — Se Cristo foi baptizado no
tempo conveniente.
Art. 4 — Se Cristo devia ter sido baptizado
no Jordão.
Art. 5 — Se no baptismo de Cristo os
céus deviam abrir-se.
Art. 6 — Se é exacto dizer-se que o
Espírito Santo desceu sobre Cristo baptizado em forma de pomba.
Art. 7 — Se a pomba, sob a forma da
qual apareceu o Espírito Santo, era uma pomba verdadeira.
Art. 8 — Se convenientemente se fez
ouvir, depois de Cristo baptizado, a palavra do Pai, proclamando o seu Filho.
Art.
1 — Se Cristo devia ser baptizado.
O primeiro discute-se assim. — Parece
que Cristo não devia ser baptizado.
1. — Pois, o baptismo é uma ablução.
Ora, desta não precisava Cristo, isento de qualquer impureza. Logo, parece que
Cristo não devia ser baptizado.
2. Demais. — Cristo recebeu a
circuncisão para cumprir a lei. Ora, o baptismo não era exigido pela lei. Logo,
não devia ser baptizado.
3. Demais. — Em qualquer género de
movimento o primeiro motor é imóvel; assim o céu, a causa primeira da
alteração, não é susceptível de ser alterado. Ora, Cristo foi o primeiro que baptizou,
segundo o Evangelho: Aquele sobre quem tu
vires descer o Espírito Santo e repousar sobre ele, esse é o que baptiza.
Logo, não convinha que ele próprio fosse baptizado. Mas, em contrário, o
Evangelho diz, que Jesus veio da Galileia
ao Jordão ter com João para ser baptizado por ele.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO.
— Cristo não foi baptizado para abluir-se, mas para abluir, como dissemos.
RESPOSTA À SEGUNDA. — Cristo não só
devia cumprir os preceitos da lei antiga: mas ainda dar início aos da nova. Por
isso, não somente quis circuncidar-se, mas também baptizar-se.
RESPOSTA À TERCEIRA. — Cristo foi o
primeiro que conferiu o baptismo espiritual. E assim, não foi baptizado senão
só em água.
Nota:
Revisão da versão portuguesa por ama.
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