A
medievalista Régine Pernoud, desejosa de desmistificar a Idade Média enquanto
um período tenebroso, chamou-a “Idade da Luz”. Naturalmente, a historiadora não
era ingénua para achar que o medievo fora perfeito e nem mesmo o papa Leão XIII
nutria tal suposição quando indirectamente referiu-se ao período medieval como
“um tempo em que a filosofia do Evangelho governava as nações”.
É
importante que, ao refutarmos o mito da Idade das Trevas, não cultivemos uma
mentalidade arqueológica e romântica como a dos criadores da arte neogótica,
que viam na Idade Média a perfeição cristã, tratando tudo o que a antecedera
como mera preparação e tudo o que a sucedera, lamentável decadência.
A
Idade Média foi um período com qualidades e defeitos como os demais.
O
que a diferencia de outros tempos é uma maior influência que os valores
cristãos exerceram sobre o âmbito social e institucional, tendo isso contribuído
para muitas melhorias, embora não fosse possível, naturalmente, erradicar todos
os males nesse campo onde joio e trigo se misturam até que chegue a colheita.
É
sempre bom termos diante de nossas consciências que a melhor época que há é
aquela na qual estamos inseridos, pois foi aquela na qual Deus nos colocou e
aquela na qual temos a capacidade de trabalhar por mudanças e melhorias.
Essas
melhorias não nascem de grandes acções, mas sim de nossa conduta diária, que
pode fazer a diferença.
Texto
de rafael de mesquita diehl,
professor e historiador formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e
mestrando pela mesma universidade. Publicado pelo site Revista Vila Nova.
(revisão
da versão portuguesa por ama)
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