01/11/2015

Inquisição: uma breve história - 2

Inquisição: uma breve história

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Assim como os imperadores romanos precedentes tinham tolerado os cultos juridicamente lícitos, mas favorecido pessoalmente os cultos das suas preferências, Constantino tolerou os demais cultos, concedendo ao clero da Igreja cristã os mesmos privilégios que o Império já facultava aos sacerdotes pagãos.
Contudo, a aproximação com o Império também introduziu querelas políticas no meio eclesiástico: grandes disputas doutrinais tornavam-se então conflitos que podiam desestabilizar a almejada unidade imperial.
Dessa forma, os imperadores romanos passaram não só a convocar Concílios da Igreja, como também a exilar os líderes heréticos.
Contudo, os Padres eram contrários à execução dos hereges, e as querelas doutrinais da época, por mais acaloradas que fossem, ainda não tinham o carácter tumultuoso que marcaria os grandes movimentos heréticos da época feudal.

Por volta do século XI é que surgem nos reinos feudais da Europa os primeiros processos eclesiásticos para julgamento de heresias.
Dirigidos pelos bispos locais, esses processos impunham somente penas espirituais aos processados: penitências, excomunhões etc. Dessa mesma época temos notícias das primeiras execuções de hereges na fogueira pelo poder secular, a mando do rei Roberto I da França.

É preciso, contudo, observar que, a partir desse período, os movimentos heréticos adquirem um carácter de maior contestação social, na medida em que se apresentam muitas vezes como adversários da hierarquia, seja do clero, seja dos reis e senhores feudais.
Assim, a heresia tornava-se não mais um problema unicamente interno de disciplina eclesiástica, mas também um problema de ordem pública.

O caso mais significativo desse novo tipo de movimento herético era o catarismo, surgido no sul da actual França.


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