01/07/2015

Gosto de ir à Missa mas...

Gosto de ir à missa, mas não concordo com a doutrina católica

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Hoje temos a impressão de que cada um pode retirar nas religiões os elementos que prefere e até criar uma religião própria, com doutrina e organização personalizada.
A questão é, de novo, o que o crente espera da religião à qual decide aderir.
Se, por exemplo, a fé cristã ensina que o caminho da santidade é o casamento indissolúvel, mas o crente não está convencido disto, ele é perfeitamente livre para participar de outra religião que pregue algo diferente.
Mas atenção: a religião que nega a indissolubilidade do matrimónio deverá negá-la sempre, porque, assim como a cristã, ela deve ser coerente com aquilo que prega.
Aliás, a maior parte das outras religiões é muito mais rigorosa do que o cristianismo.
Nelas, a salvação vem do cumprimento de leis e regras, enquanto o cristianismo abre espaços para a caridade e para relevar a ignorância, coisa que, noutras religiões, não ocorre.
É o caso da blasfémia: no cristianismo ela é quase uma constante, ao passo que, no islão, para citar um exemplo, talvez seja tolerada uma vez ou duas, mas, depois disso, pode levar a uma condenação à decapitação.
Isso quer dizer que, nas religiões, o conteúdo de salvação e de doutrina não pode ser alterado, excepto para ser reafirmado com ainda mais clareza conforme a época em que se está vivendo.
O problema exposto, caro leitor, deverá ser resolvido por si mesmo, que precisa encarar estas perguntas: o que procura na religião e o que espera da religião cristã?
Ela pode dar-lhe o que deseja?

Aceita o seu conteúdo, formas, métodos e realizações?
Se só quer pertencer a uma "cultura" cristã, parece claro que não está interessado prioritariamente na salvação, e sim no "pensamento" cristão ou em algumas partes dele.
Acontece que isto, obviamente, não é o cristianismo.
Já se o seu desejo é a vida eterna mediante o seguimento do exemplo traçado por Cristo, então essas divergências não cabem, pois indicam que não compreendeu a religião à qual aparentemente pertence e da qual espera a eternidade.

Em suma, o ponto a ser observado é que uma religião não é uma teoria política, nem um movimento social, nem uma organização civil; uma religião é uma prática salvífica voltada a bens eternos que transcendem o mundo e a história.
Estes bens, ou a religião atinge ou não atinge.
Se ela os atinge, então o caminho a ser seguido é único e sempre o mesmo, porque se a eternidade pudesse ser atingida tanto pelo amor quanto pelo ódio, a religião seria uma farsa.

Quanto aos sete sacramentos, eles são os instrumentos que Deus mesmo nos oferece para a comunhão com Ele: seria insensato achar que não há problema algum em não ser batizado, em pecar, em odiar, em matar, em manter qualquer tipo de relacionamento na hora e da forma que se quiser.
A religião ou tem um significado expresso na sua doutrina ou não tem sentido algum.

O leitor analise, então, o que deseja na vida e considere se a religião cristã pode oferecê-lo.
Depois, decida se quer segui-la ou não.

Toda a questão se resume nas palavras de Jesus: “Dai a Deus o que é Deus”.

Fonte: TOSCANA OGGI


(Revisão da versão portuguesa por ama)

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