25/07/2015

Defesa da vida

O quinto mandamento do Decálogo

A vida humana é sagrada, porque é fruto da acção criadora de Deus e permanece continuamente numa especial relação com o Criador.

1. «Não matarás» «A vida humana é sagrada porque, desde a sua origem, postula a acção criadora de Deus e mantém-se para sempre numa relação especial com o Criador, seu único fim. Só Deus é senhor da vida, desde o seu começo até ao seu termo: ninguém, em circunstância alguma, pode reivindicar o direito de dar a morte directamente a um ser humano inocente» [i].

O homem é alguém muito singular: é a única criatura deste mundo que Deus ama por si mesma [ii].
Foi destinado a conhecer e a amar a Deus eternamente, a sua vida é sagrada. Foi criado à imagem e semelhança de Deus [iii], e é este o fundamento último da dignidade humana e do mandamento «não matarás».

O livro de Génesis apresenta o abuso contra a vida humana como consequência do pecado original.
Yahvé manifesta-se sempre como protector da vida: mesmo da de Caim após de ter morto o seu irmão Abel, sangue do seu sangue, imagem de todo o homicídio.
Ninguém deve fazer justiça pela sua própria mão, e ninguém pode advogar o direito de dispor da vida do próximo [iv].

Este mandamento refere-se aos seres humanos.
É legítimo servir-se dos animais para obter alimento, vestuário, etc.
Deus colocou-os na terra para que estivessem ao serviço do homem.
A conveniência de matá-los ou maltratá-los provém da desordem que pode implicar nas paixões humanas, ou de um dever de justiça (se são propriedade de outro) [v].
Alem disso, não se deve esquecer que o homem não é “dono” da Criação, mas administrador, portanto tem a obrigação de respeitar e cuidar da natureza, da qual necessita para a sua própria existência e desenvolvimento [vi].

(cont)



[i] Catecismo, 2258
[ii] João XXIII, Enc. Pacem in Terris, 11-IV-63, 51.
[iii] cf. Gn 1, 26-27
[iv] cf. Gn 4, 13-15
[v] cf. Catecismo, 2417
[vi] cf. Catecismo, 2418

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