A vida humana é sagrada, porque é fruto da
acção criadora de Deus e permanece continuamente numa especial relação com o
Criador.
1. «Não matarás» «A vida humana é sagrada
porque, desde a sua origem, postula a acção criadora de Deus e mantém-se para
sempre numa relação especial com o Criador, seu único fim. Só Deus é senhor da
vida, desde o seu começo até ao seu termo: ninguém, em circunstância alguma,
pode reivindicar o direito de dar a morte directamente a um ser humano
inocente» [i].
O homem é alguém muito singular: é a única
criatura deste mundo que Deus ama por si mesma [ii].
Foi destinado a conhecer e a amar a Deus
eternamente, a sua vida é sagrada. Foi criado à imagem e semelhança de Deus [iii], e
é este o fundamento último da dignidade humana e do mandamento «não matarás».
O livro de Génesis apresenta o abuso
contra a vida humana como consequência do pecado original.
Yahvé manifesta-se sempre como protector
da vida: mesmo da de Caim após de ter morto o seu irmão Abel, sangue do seu
sangue, imagem de todo o homicídio.
Ninguém deve fazer justiça pela sua
própria mão, e ninguém pode advogar o direito de dispor da vida do próximo [iv].
Este mandamento refere-se aos seres
humanos.
É legítimo servir-se dos animais para
obter alimento, vestuário, etc.
Deus colocou-os na terra para que
estivessem ao serviço do homem.
A conveniência de matá-los ou maltratá-los
provém da desordem que pode implicar nas paixões humanas, ou de um dever de
justiça (se são propriedade de outro) [v].
Alem disso, não se deve esquecer que o
homem não é “dono” da Criação, mas administrador, portanto tem a obrigação de
respeitar e cuidar da natureza, da qual necessita para a sua própria existência
e desenvolvimento [vi].
(cont)
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