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Mas, ao mesmo tempo, é preciso ter
claro que tampouco se trata de mitologia, ainda que o texto utilize uma
linguagem mítica.
João Paulo II explicou isso:
“O termo ‘mito’ não
designa um conteúdo fabuloso, mas simplesmente um modo arcaico de expressar um
conteúdo mais profundo” [1].
Para compreender isso, podemos
comparar o texto com as parábolas de Jesus.
Está claro que tais parábolas têm uma
linguagem de “conto” e que não são relatos históricos.
No entanto, expressam, muito melhor
que uma crónica, qual é a verdade das coisas, e assim “contam” a “verdadeira”
história da humanidade (por exemplo, o filho pródigo).
Acontece o mesmo com os primeiros
capítulos do Génesis:
“Estes textos não
devem ser interpretados como história nem como mito (...), senão que o texto
proclama a relação particular que Deus mantém com sua criação” [2].
A segunda reflexão é mais simples e
deriva da primeira: quando a Bíblia não especifica e não dá detalhes, isso não
é necessariamente um erro, também porque não dizer tudo faz parte do estilo
narrativo que estes relatos utilizam.
Quem não gostaria de saber a que idade
Maria teve Jesus ou o que Ele fez nos primeiros 30 anos da sua vida?
Quantas curiosidades temos sobre a
Bíblia!
Mas as Escrituras não foram redigidas
sob a inspiração de Deus para satisfazer nossa curiosidade, mas para fazer-nos
crescer e agir segundo a vontade de Deus.
Ainda que soubéssemos como Caim e Set
tiveram filhos, isso não seria de muita utilidade.
Os textos [3] contêm a
verdade sobre o projecto de Deus em relação à criação do homem, sobre a Queda e
suas consequências, e esta é a verdade que precisamos buscar.
Fonte: TOSCANA OGGI
(Revisão da versão portuguesa por ama)
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