Memórias e
realidades
Sou um homem extremamente feliz, esta é
uma realidade.
Tenho memórias da vida já um pouco longa
tão agradáveis que não deixam espaço á tristeza. Claro, há saudades enormes,
avassaladoras que criam mim, na entrada do coração como que embolias
prolongadas, não poucas vezes em soluços e rios de lágrimas.
Mas que longe de me "abaterem"
ou atirarem para os braços da tristeza ou da consideração do inevitável, me
elevam e conduzem a um estado de espírito de indizível esperança no futuro.
Sim... o futuro breve ou não - pouco me
importa - que são os meus nove netos que enchem a minha vida diária.
Hoje, dia 19 de Dezembro, a minhas netas
Beatriz e Matilde têm estado comigo, atentas, cheias de "mimos" e
pequenas atenções, dedicaram-se a montar a árvore de Natal, a decorar a casa. A
servir-me um simpático e agradável lanche... enfim, tratando-me com um carinho
e ternura tão naturais e espontâneas que me "derretem" o coração e me
lavam a alma.
E o que é isto senão poderoso motivo de
felicidade?
As realidades da minha vida são estes
pequenos "rebuçados" que me adoçam as agruras dessas tais recordações
e essas saudades que inevitavelmente querem condicionar o meu viver.
Por isso posso afirmar que sou feliz e
sinto uma tranquila certeza de que tudo, absolutamente, é para bem e que o
Senhor se permite um mal aparente dá logo incomparavelmente bens muito maiores.
Que são coisas pequenas quase
irrelevantes... talvez mas, e eu? Não sou pequeno e sem relevo algum?
Assim a minha felicidade é feita de
pequenas coisinhas que se vão sucedendo nos dias, umas vezes desgarradas outras
em ritmo apressado, mas sempre deixando marca, rasto, sulco.
Admiro-me com esta minha vida que nunca
imaginei. De facto, jamais pensei nem por um breve momento que a Fernandinha
estaria ausente - digo fisicamente - no meu dia-a-dia como desde Agosto tem
estado. Compreendo que o Senhor me poupou a essa visão, talvez não tivesse
aguentado...
A vida e a morte entrelaçam-se no meu
caminho tal como o sofrimento e a dor com o bem-estar e a alegria.
Sou feliz, repito, porque me sinto e me
sei muito mais rico e sábio, e incomparavelmente mais humano.
(ama, reflexões, Dez 19 2014
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