Quando recordares a tua vida passada,
passada sem pena nem glória, considera quanto tempo perdeste, e como podes
recuperá-lo: com penitência e com maior entrega. (Sulco, 996)
Um ano que termina – já foi dito de
mil modos, mais ou menos poéticos – com a graça e a misericórdia de Deus, é
mais um passo que nos aproxima do Céu, nossa Pátria definitiva.
Ao pensar nesta realidade, compreendo
perfeitamente aquela exclamação que S. Paulo escreve aos de Corinto: tempus
breve est!, que breve é a nossa passagem pela terra! Para um cristão coerente,
estas palavras soam, no mais íntimo do seu coração, como uma censura à falta de
generosidade e como um convite constante a ser leal. Realmente é curto o nosso
tempo para amar, para dar, para desagravar. Não é justo, portanto, que o
malbaratemos, nem que atiremos irresponsavelmente este tesouro pela janela
fora. Não podemos desperdiçar esta etapa do mundo que Deus confia a cada um de
nós.
Pensemos na nossa vida com valentia.
Por que é que às vezes não conseguimos os minutos de que precisamos para
terminar amorosamente o trabalho que nos diz respeito e que é o meio da nossa
santificação? Por que descuidamos as obrigações familiares? Por que é que se
nos mete a precipitação no momento de rezar ou de assistir ao Santo Sacrifício
da Missa? Por que nos faltará a serenidade e a calma para cumprir os deveres do
nosso estado e nos entretemos sem qualquer pressa nos caprichos pessoais?
Podeis responder-me: são coisas pequenas. Sim, com efeito, mas essas coisas pequenas
são o azeite, o nosso azeite, que mantém viva a chama e acesa a luz. (Amigos de Deus, 39–41)
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