Só agora, ao fim do dia, dei por Ele.
Não
O tinha visto.
Mirei-O,
falei com Ele até, mas, na verdade não O vi, quero dizer não O reconheci.
Os
meus olhos olhavam sem ver, os meus ouvidos escutavam sem entender, o meu
coração estava ausente, noutro lugar, as minhas preocupações, as "minhas
coisas" ocupavam-me os pensamentos - todos! -.
Ah!
e a minha cruz?
Claro,
a minha cruz!
Pesava-me
nos ombros, e eu arrastava-a, puxava por ela.
Todo
o dia foi assim.
Agora,
ao cair da noite, apaziguadas as coisas, sossegado o espírito, extinto o desejo
de conseguir isto e aquilo, agora, voltei-me e vi-o, ali, onde sempre esteve,
durante todo o dia! Envergonhadíssimo, só Lhe disse:
‘É
tarde, Senhor, cai a noite. Fica comigo.’
(ama, reflexões, 2006)
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