Capítulo
1:
Explicação literal da Primeira Palavra: «Pai,
perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.» 3
Chama-Lhe “Pai”, não Deus
ou Senhor, porque quis que Ele exercesse a benignidade do Pai e não a
severidade de um Juiz, e, como quis Ele evitar a cólera de Deus, que sabia
provocada pelos enormes crimes, usa o terno nome de Pai. A palavra Pai parece
conter em si mesma este pedido: Eu, Teu Filho, em meio de todos os meus tormentos,
os perdoei. Faz Tu o mesmo, Pai Meu, estende Teu perdão a eles. Conquanto não o
mereçam, perdoa-lhes por Mim, Teu Filho. Lembra-te também de que és seu Pai,
pois os criaste, fazendo-os à Tua imagem e semelhança. Mostra-lhes, portanto,
um amor de Pai, pois, conquanto sejam maus, são porém filhos Teus.
“Perdoa”. Esta palavra
contém a petição principal que o Filho de Deus, como advogado de seus inimigos,
faz a Seu Pai. A palavra “perdoa” pode referir-se tanto ao castigo devido ao
crime como ao crime mesmo. Se está referida ao castigo devido ao crime, foi
então a oração escutada: pois, já que este pecado dos judeus demandava que seus
perpetradores sentissem instantânea e merecidamente a ira de Deus, sendo
consumidos por fogo do céu ou afogados num segundo dilúvio, ou exterminados
pela fome e pela espada, ainda assim a aplicação deste castigo foi posposta por
quarenta anos, período durante o qual, se o povo judeu tivesse feito
penitência, teria sido salvo e sua cidade, preservada, mas, dado que não
fizeram penitência, Deus mandou contra eles o exército romano, que, durante o
reino de Vespasiano, destruiu suas metrópoles e, parte de fome durante o sítio,
parte pela espada durante o saque da cidade, matou grande multidão de seus
habitantes, enquanto os sobreviventes eram vendidos como escravos e dispersos
pelo mundo.
são
roberto belarmino
(Tradução:
Permanência, revisão ama).
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