04/05/2014

As sete palavras de Cristo na Cruz 4

Capítulo 1: Explicação literal da Primeira Palavra: «Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.» 3

Chama-Lhe “Pai”, não Deus ou Senhor, porque quis que Ele exercesse a benignidade do Pai e não a severidade de um Juiz, e, como quis Ele evitar a cólera de Deus, que sabia provocada pelos enormes crimes, usa o terno nome de Pai. A palavra Pai parece conter em si mesma este pedido: Eu, Teu Filho, em meio de todos os meus tormentos, os perdoei. Faz Tu o mesmo, Pai Meu, estende Teu perdão a eles. Conquanto não o mereçam, perdoa-lhes por Mim, Teu Filho. Lembra-te também de que és seu Pai, pois os criaste, fazendo-os à Tua imagem e semelhança. Mostra-lhes, portanto, um amor de Pai, pois, conquanto sejam maus, são porém filhos Teus.

“Perdoa”. Esta palavra contém a petição principal que o Filho de Deus, como advogado de seus inimigos, faz a Seu Pai. A palavra “perdoa” pode referir-se tanto ao castigo devido ao crime como ao crime mesmo. Se está referida ao castigo devido ao crime, foi então a oração escutada: pois, já que este pecado dos judeus demandava que seus perpetradores sentissem instantânea e merecidamente a ira de Deus, sendo consumidos por fogo do céu ou afogados num segundo dilúvio, ou exterminados pela fome e pela espada, ainda assim a aplicação deste castigo foi posposta por quarenta anos, período durante o qual, se o povo judeu tivesse feito penitência, teria sido salvo e sua cidade, preservada, mas, dado que não fizeram penitência, Deus mandou contra eles o exército romano, que, durante o reino de Vespasiano, destruiu suas metrópoles e, parte de fome durante o sítio, parte pela espada durante o saque da cidade, matou grande multidão de seus habitantes, enquanto os sobreviventes eram vendidos como escravos e dispersos pelo mundo.

são roberto belarmino

(Tradução: Permanência, revisão ama).


Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.