Capítulo
4: Explicação
textual da segunda palavra: “Amém, Eu te
digo: Hoje estarás comigo no paraíso.”
7
“Hoje”. Não disse:
“por-te-ei à Minha mão direita, em meio aos justos, no Dia do Juízo”. Nem
disse: “levar-te-ei a um lugar de descanso, logo após sofreres alguns anos no
Purgatório”. Nem tampouco: “consolar-te-ei dentro de alguns meses ou dias”, mas
“hoje mesmo, antes que o sol se ponha, passarás comigo do patíbulo da cruz às
delícias do Paraíso”. Maravilhosa é a liberalidade do Cristo; maravilhosa
também é a boa fortuna do pecador. Santo Agostinho, em seu trabalho “Sobre a
Origem da Alma”, considera, com São Cipriano, que o ladrão pode ser considerado
um mártir, e que sua alma foi directamente ao Céu, sem passar pelo Purgatório. O
bom ladrão pode ser chamado mártir pois que confessou Cristo publicamente,
quando nem sequer os apóstolos se atreveram a pronunciar palavra a Seu favor; e
por causa dessa confissão espontânea, a morte que sofreu em companhia do Cristo
merecera um prêmio tão grande diante de Deus, como se houvesse sofrido por nome
de Cristo. Se Nosso Senhor não fizesse outra promessa senão: “hoje estarás
comigo”, só essa bênção seria inefável ao ladrão, conforme escreve Santo Agostinho:
“Onde pode haver nele algum mal; e sem Ele, algum bem?”. Em verdade, Cristo não
fizera uma promessa trivial aos que o seguem quando disse: “se alguém me serve,
que me siga; e onde eu estiver, ali também estará meu servo” 23. Sem embargo,
ao ladrão prometeu não apenas sua companhia, mas também o Paraíso.
são
roberto belarmino
(Tradução:
Permanência, revisão ama).
_________________________________________
Notas:
22.
Mt 5,34.37.
23.
Jo 12,26.
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