25/05/2014

As sete palavras de Cristo na Cruz 25

Capítulo 4: Explicação textual da segunda palavra: “Amém, Eu te digo: Hoje estarás comigo no paraíso. 7

“Hoje”. Não disse: “por-te-ei à Minha mão direita, em meio aos justos, no Dia do Juízo”. Nem disse: “levar-te-ei a um lugar de descanso, logo após sofreres alguns anos no Purgatório”. Nem tampouco: “consolar-te-ei dentro de alguns meses ou dias”, mas “hoje mesmo, antes que o sol se ponha, passarás comigo do patíbulo da cruz às delícias do Paraíso”. Maravilhosa é a liberalidade do Cristo; maravilhosa também é a boa fortuna do pecador. Santo Agostinho, em seu trabalho “Sobre a Origem da Alma”, considera, com São Cipriano, que o ladrão pode ser considerado um mártir, e que sua alma foi directamente ao Céu, sem passar pelo Purgatório. O bom ladrão pode ser chamado mártir pois que confessou Cristo publicamente, quando nem sequer os apóstolos se atreveram a pronunciar palavra a Seu favor; e por causa dessa confissão espontânea, a morte que sofreu em companhia do Cristo merecera um prêmio tão grande diante de Deus, como se houvesse sofrido por nome de Cristo. Se Nosso Senhor não fizesse outra promessa senão: “hoje estarás comigo”, só essa bênção seria inefável ao ladrão, conforme escreve Santo Agostinho: “Onde pode haver nele algum mal; e sem Ele, algum bem?”. Em verdade, Cristo não fizera uma promessa trivial aos que o seguem quando disse: “se alguém me serve, que me siga; e onde eu estiver, ali também estará meu servo” 23. Sem embargo, ao ladrão prometeu não apenas sua companhia, mas também o Paraíso.

são roberto belarmino

(Tradução: Permanência, revisão ama).

_________________________________________
Notas:
22. Mt 5,34.37.
23. Jo 12,26.


Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.