Capítulo
4: Explicação
textual da segunda palavra: “Amém, Eu te
digo: Hoje estarás comigo no paraíso.”
1
A segunda palavra, ou a
segunda frase, pronunciada por Cristo na Cruz foi, segundo o testemunho de São
Lucas, a magnífica promessa feita ao ladrão, que pendia em uma cruz a seu lado.
A promessa foi feita nas seguintes circunstâncias: dois ladrões foram crucificados
juntos ao Senhor, um a sua mão direita, outro a sua esquerda; um desses
acrescentou a seus crimes do passado o pecado de blasfemar de Cristo, zombando
de sua falta de poder para salvá-los, dizendo: “se és o Cristo, salva-te a ti
mesmo e salva-nos a nós!” 1. De fato, São Mateus e São Marcos acusam ambos os
ladrões desse pecado, mas é mais provável que os dois evangelistas usem o
plural para se referirem ao número singular, como frequentemente se faz nas
Sagradas Escrituras, conforme observa Santo Agostinho no trabalho “Sobre a
Harmonia dos Evangelhos”. Assim São Paulo, em sua Epístola aos Hebreus, diz dos
profetas: “taparam bocas de leões... apedrejados ..., serrados ao meio ...;
andaram errantes, vestidos de pele de ovelha e de cabra” 2. Sem embargo, um só
profeta houve — Daniel — que fechou a boca dos leões; um só profeta — Jeremias
— que foi apedrejado; um só profeta — Isaías — que foi serrado. Mais ainda, nem
São Mateus nem São Marcos são tão explícitos a respeito desse ponto como São
Lucas, que disse de maneira mui clara: “um dos malfeitores, ali crucificados,
blasfemava contra Ele” 3. Pois bem, mesmo se considerarmos que ambos
vituperavam o Senhor, não existe razão para que um mesmo homem não haja
amaldiçoado em um momento e, já em outro, proclamado seus louvores.
são
roberto belarmino
(Tradução:
Permanência, revisão ama).
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Notas:
1.
Lc 23,39.
2.
Hb 11,33-37.
3. Lc 23,39
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