É
possível que na vida tenhamos ocasião de prestar grandes serviços a outras
pessoas; que possamos renunciar a algo valioso para ajudar os outros. Mas,
apresentem-se ou não essas oportunidades, procuremos viver quotidianamente com
um coração bom, capaz de se compadecer das penas das criaturas, capaz de
compreender que, para remediar os tormentos que acompanham e tanto angustiam as
almas neste mundo, o verdadeiro bálsamo é o amor, a caridade; todas as outras
consolações só servem para nos distrair por um momento e deixar depois amargura
e desespero 19.
Muitas
vezes o que mais ajuda as almas a descobrir o olhar amoroso do Senhor é
precisamente ver como os Seus discípulos, no meio das suas limitações, sabem
aperceber-se do que os outros necessitam: são capazes de descobrir esses
detalhes que, se se passassem por alto, ninguém se queixaria; mas que, pelo
contrário, quando se recebem, agradecem-se de todo o coração.
Se
com sentido sobrenatural agimos deste modo, realizamos – quanto é factível
nesta vida – o desejo de contemplar o rosto de Jesus Cristo. E ao mesmo tempo
facilitamos que outras pessoas se encontrem com Ele.
Pode
acontecer que não O notem imediatamente e necessitem um certo tempo para descobrir
o Senhor, mas não deixarão de se aperceber, desde o primeiro momento, que há
algo especial naqueles que os tratam com uma bondade tão simples.
Se
queremos fazer descobrir a outros o semblante amabilíssimo do Mestre,
procuremos distribuir amabilidade, serenidade, paz, paciência, respeito,
cortesia, carinho; também quando não esperamos ser correspondidos; se queremos
ver nos outros o rosto de Jesus, acerquemo-nos deles com um coração simples, um
coração que valoriza e admira e ama os pais, os filhos, os amigos um por um;
que descobre como cada um deles reflecte, a seu modo, a bondade de Deus.
j. diéguez - 2011/12/20
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Notas:
19
Cristo que passa, n. 167.
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