Art. 4 — Se o temor pode ser temido.
O
quarto discute-se assim. — Parece que o temor não pode ser temido.
2.
Demais — Temer é fugir. Ora, ninguém foge de si mesmo. Logo, o temor a si mesmo
não teme.
3.
Demais — O temor é relativo ao futuro. Ora, quem teme já tem temor. Logo, não
pode temê-lo.
Mas,
em contrário, podemos amar o amor e condoer-nos da dor. Logo, pela mesma razão,
também podemos temer o temor.

DONDE
A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. — Nem todos os temores são um só temor, mas a
diversidade das coisas temidas acarreta a dos temores. Por onde, nada impede
nos preservemos de um temor por meio de outro, e assim, por meio deste
conservemo-nos sem temer.
RESPOSTA
À SEGUNDA. — Sendo um temor pelo qual tememos o mal iminente e outro o pelo que
tememos o temor mesmo desse mal, não se segue que o mesmo fuja de si próprio,
ou que o mesmo seja a fuga de si próprio.
RESPOSTA
À TERCEIRA. — Por causa da diversidade dos temores, já referida, podemos por um
temor presente temer um futuro temor.
Nota:
Revisão da tradução portuguesa por ama.
____________________
Notas:
1.
Q. 42, a. 3.
2.
Lib. LXXXIII Quaestion. (q. XXXIII).
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.