Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemaria, Caminho 116)
Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
Para ver, clicar SFF.
Evangelho: Mc 10, 1-26
Para ver, clicar SFF.
Evangelho: Mc 10, 1-26
10 Entrando logo na barca com os discípulos,
passou ao território de Dalmanuta. 11 Apareceram os fariseus, e começaram a discutir
com Ele, pedindo-Lhe, para O tentarem, um sinal do céu. 12 Porém,
Jesus, suspirando profundamente, disse: «Porque pede esta geração um sinal? Em
verdade vos digo que a esta geração não será dado sinal algum». 13
Depois, deixando-os, entrou novamente na barca e passou à outra margem. 14 Ora os discípulos esqueceram-se de levar pães; e não tinham consigo na
barca mais do que um. 15 Jesus advertia-os dizendo: «Evitai com
cuidado o fermento dos fariseus e o fermento de Herodes». 16 E eles
comentavam entre si: «É que não temos pão». 17 Conhecendo isto,
Jesus disse-lhes: «Porque estais a discutir que não tendes pão? Ainda não
reflectistes nem entendestes? Ainda tendes a vossa inteligência obscurecida? 18
Tendes olhos e não vedes, e tendes ouvidos e não ouvis? Já não vos lembrais? 19
Quando parti os cinco pães para cinco mil homens, quantos cestos cheios de
pedaços recolhestes?». Eles responderam: «Doze». 20 «E quando parti
sete pães para quatro mil, quantos cestos de pedaços recolhestes?».
Responderam: «Sete». 21 E dizia-lhes: «Como é que ainda não
entendeis?». 22 Chegaram a Betsaida. Trouxeram-Lhe um cego e
suplicavam-Lhe que o tocasse. 23 Tomando o cego pela mão, conduziu-o
para fora da aldeia, pôs-lhe saliva sobre os olhos e, impondo-lhe as mãos,
perguntou-lhe: «Vês alguma coisa?». 24 Ele, levantando os olhos,
disse: «Vejo os homens que me parecem árvores que andam». 25 Depois,
Jesus impôs-lhe novamente as mãos sobre os olhos e ele começou a ver claramente.
Ficou curado e distinguia tudo, nitidamente, de longe. 26 Então
Jesus mandou-o para casa, dizendo: «Não entres na aldeia».
CONSTITUIÇÃO DOGMÁTICA
LUMEN GENTIUM
SOBRE A IGREJA
…/7
CAPÍTULO VII
A ÍNDOLE ESCATOLÓGICA DA IGREJA PEREGRINA
E A SUA UNIÃO COM A IGREJA CELESTE
União da Igreja celeste com a Igreja peregrina
49. Deste modo, enquanto o
Senhor não vier na Sua majestade e todos os Seus anjos com Ele (cfr. Mt
25,31) e, vencida a morte, tudo Lhe for submetido (cfr. 1 Cor. 15,
26-27), dos Seus discípulos uns peregrinam sobre a terra, outros, passada
esta vida, são purificados, outros, finalmente, são glorificados e contemplam
«claramente Deus trino e uno, como Ele é»
[1]; todos, porém, comungamos,
embora em modo e grau diversos, no mesmo amor de Deus e do próximo, e todos
entoamos ao nosso Deus o mesmo hino de louvor. Com efeito, todos os que são de
Cristo e têm o Seu Espírito, estão unidos numa só Igreja e ligados uns aos
outros n'Ele (cfr. Ef. 4,16). E assim, de modo nenhum se interrompe
a união dos que ainda caminham sobre a terra com os irmãos que adormeceram na
paz de Cristo, mas antes, segundo a constante fé da Igreja, é reforçada pela
comunicação dos bens espirituais [2]. Porque os bem-aventurados,
estando mais intimamente unidos com Cristo, consolidam mais firmemente a Igreja
na santidade, enobrecem o culto que ela presta a Deus na terra, e contribuem de
muitas maneiras para a sua mais ampla edificação em Cristo (cfr. 1 Cor.
12, 12-27) [3]. Recebidos na pátria
celeste e vivendo junto do Senhor (cfr. 2 Cor. 5,8), não cessam de
interceder, por Ele, com Ele e n'Ele, a nosso favor diante do Pai [4], apresentando os méritos
que na terra alcançaram, graças ao mediador único entre Deus e os homens, Jesus
Cristo (cfr. 1 Tim., 2,5), servindo ao Senhor em todas as coisas e completando
o que falta aos sofrimentos de Cristo, em favor do Seu corpo que é a Igreja (cfr.
Col. 1,24) [5]. A nossa fraqueza é assim
grandemente ajudada pela sua solicitude de irmãos.
Expressões dessa união: orações pelos defuntos, culto dos
santos
50. Reconhecendo claramente
esta comunicação de todo o Corpo místico de Cristo, a Igreja dos que ainda
peregrinam, cultivou com muita piedade desde os primeiros tempos do
Cristianismo a memória dos defuntos [6] e, «porque é coisa santa e
salutar rezar pelos mortos, para que sejam absolvidos de seus pecados» (2
Mac. 12,46), por eles ofereceu também sufrágios. Mas, os apóstolos e
mártires de Cristo que, derramando o próprio sangue, deram o supremo testemunho
de fé e de caridade, sempre a Igreja acreditou estarem mais ligados connosco em
Cristo, os venerou com particular afecto, juntamente com a Bem-aventurada
Virgem Maria e os santos Anjos [7] e implorou o auxílio da sua
intercessão. Aos quais bem depressa foram associados outros, que mais de perto
imitaram a virgindade e pobreza de Cristo [8] e, finalmente, outros, cuja
perfeição nas virtudes cristãs [9] e os carismas divinos
recomendavam à piedosa devoção dos fiéis [10].
Com efeito, a vida daqueles
que fielmente seguiram a Cristo, é um novo motivo que nos entusiasma a buscar a
cidade futura (cfr. Hebr. 14,14; 11,10) e, ao mesmo tempo, nos
ensina um caminho seguro, pelo qual, por entre as efémeras realidades deste
mundo e segundo o estado e condição próprios de cada um, podemos chegar à união
perfeita com Cristo, na qual consiste a santidade [11]. É sobretudo na vida
daqueles que, participando connosco da natureza humana, se transformam, porém,
mais perfeitamente à imagem de Cristo, (cfr. 2 Cor. 3,18) que Deus
revela aos homens, de maneira mais viva, a Sua presença e a Sua face. Neles nos
fala, e nos dá um sinal do Seu reino [12], para o qual, rodeados de
uma tão grande nuvem de testemunhas (cfr. Hebr. 12,1) e tendo uma
tal afirmação da verdade do Evangelho, somos fortemente atraídos.
Porém, não é só por causa de
seu exemplo que veneramos a memória dos bem-aventurados, mas ainda mais para
que a união de toda a Igreja aumente com o exercício da caridade fraterna (cfr.
Ef. 4, 1-6). Pois, assim como a comunhão cristã entre os peregrinos nos
aproxima mais de Cristo, assim a comunhão com os santos nos une a Cristo, de
quem procedem, como de fonte e cabeça, toda a graça e ã própria vida do Povo de
Deus [13].
É, portanto, muito justo que
amemos estes amigos e co-herdeiros de Jesus Cristo, nossos irmãos e grandes
benfeitores, que dêmos a Deus, por eles, as devidas graças [14], «lhes dirijamos as nossas
súplicas e recorramos às suas orações, ajuda e patrocínio, para obter de Deus
os benefícios, por Seu Filho Jesus Cristo, Nosso Senhor e Redentor e Salvador
único» [15] Porque todo o genuíno
testemunho de veneração que prestamos aos santos, tende e leva, por sua mesma
natureza, a Cristo, que é a «coroa de todos os santos» [16] e, por Ele, a Deus, que é
admirável nos seus santos e neles é glorificado [17].
Mas a nossa união com a
Igreja celeste realiza-se de modo mais sublime quando, sobretudo na sagrada
Liturgia, na qual a virtude do Espírito Santo actua sobre nós através dos
sinais sacramentais, concelebramos em comum exultação os louvores da divina
Majestade [18] e, todos de todas as
tribos, línguas e povos, remidos no sangue de Cristo (cfr. Apoc. 5,9)
e reunidos numa única Igreja, engrandecemos com um único canto de louvor o Deus
uno e trino. Assim, ao celebrar o sacrifício eucarístico, unimo-nos no mais
alto grau ao culto da Igreja celeste, comungando e venerando a memória,
primeiramente da gloriosa sempre Virgem Maria, de S. José, dos santos Apóstolos
e mártires e de todos os santos [19].
Unidade no amor e na Liturgia
51. Esta venerável fé dos
nossos maiores acerca da nossa união vital com os irmãos que já estão na glória
celeste ou que, após a morte, estão ainda em purificação, aceita-a este sagrado
Concílio com muita piedade e de novo propõe os decretos dos sagrados Concílios Niceno II [20], Florentino [21] e Tridentino [22]. Ao mesmo tempo, com
solicitude pastoral, exorta todos aqueles a quem isto diz respeito a
esforçarem-se por desterrar ou corrigir os abusos, excessos ou defeitos que
porventura tenham surgido aqui ou além, e tudo restaurem para maior glória de
Cristo e de Deus. Ensinem, portanto, aos fiéis que o verdadeiro culto dos
santos não consiste tanto na multiplicação dos actos externos quanto na
intensidade do nosso amor efectivo, pelo qual, para maior bem nosso e da
Igreja, procuramos «na vida dos santos um exemplo, na comunhão com eles uma
participação, e na sua intercessão uma ajuda» [23]. Por outro lado, mostrem
aos fiéis que as nossas relações com os bem-aventurados, quando concebidas à
luz da fé, de modo algum diminuem o culto de adoração prestado a Deus pai por
Cristo, no Espírito, mas pelo contrário o enriquecem ainda mais [24].
Pois, com efeito, todos os
que somos filhos de Deus, e formamos em Cristo uma família (cfr. Hebr.
3,6), ao comunicarmos na caridade mútua e no comum louvor da Trindade
Santíssima, correspondemos à íntima vocação da Igreja e participamos,
prelibando-a, na liturgia da glória [25]. Com efeito, quando Cristo
aparecer e se der a gloriosa ressurreição dos mortos, a luz de Deus iluminará a
cidade celeste e o seu candelabro será o Cordeiro (cfr. Apoc. 21,24).
Então, toda a Igreja dos santos, na suprema felicidade da caridade, adorará a
Deus e ao «Cordeiro que foi imolado» (Apoc. 5,12), proclamando numa
só voz: «louvor, honra, glória e poderio, pelos séculos dos séculos, Aquele que
está sentado no trono, e ao Cordeiro» (Apoc. 5, 13-14).
CAPÍTULO VIII
A BEM-AVENTURADA VIRGEM MARIA MÃE DE DEUS
NO MISTÉRIO DE CRISTO E DA IGREJA
I. PROÉMIO
A Virgem mãe de Cristo
52. Querendo Deus, na Sua
infinita benignidade e sabedoria, levar a cabo a redenção do mundo, «ao chegar
a plenitude dos tempos, enviou Seu Filho, nascido de mulher... afim de
recebermos a filiação adoptiva» (Gál. 4, 4-5). «Por amor de nós,
homens, e para nossa salvação, desceu dos céus e encarnou na Virgem Maria, por
obra e graça do Espírito Santo» [26]. Este divino mistério da
salvação é-nos relevado e continua na Igreja, instituída pelo Senhor como Seu
corpo; nela, os fiéis, aderindo à cabeça que é Cristo, e em comunhão com todos
os santos, devem também venerar a memória «em primeiro lugar da gloriosa sempre
Virgem Maria Mãe do nosso Deus e Senhor Jesus Cristo» [27].
A Virgem e a Igreja
53. Efectivamente, a Virgem
Maria, que na anunciação do Anjo recebeu o Verbo no coração e no seio, e deu ao
mundo a Vida, é reconhecida e honrada como verdadeira Mãe de Deus Redentor.
Remida dum modo mais sublime, em atenção aos méritos de seu Filho, e unida a
Ele por um vínculo estreito e indissolúvel, foi enriquecida com a excelsa
missão e dignidade de Mãe de Deus Filho; é, por isso, filha predilecta do Pai e
templo do Espírito Santo, e, por este insigne dom da graça, leva vantagem á
todas as demais criaturas do céu e da terra. Está, porém, associada, na
descendência de Adão, a todos os homens necessitados de salvação; melhor, «é
verdadeiramente Mãe dos membros (de Cristo)..., porque cooperou com o seu amor
para que na Igreja nascessem os fiéis, membros daquela cabeça» [28]. É, por esta razão, saudada
como membro eminente e inteiramente singular da Igreja, seu tipo e exemplar
perfeitíssimo na fé e na caridade; e a Igreja católica, ensinada pelo Espírito
Santo, consagra-lhe, como a mãe amantíssima, filial afecto de piedade.
Intenção do Concílio
54. Por isso, o sagrado
Concílio, ao expor a doutrina acerca da Igreja, na qual o divino Redentor
realiza a salvação, pretende esclarecer cuidadosamente não só o papel da Virgem
Santíssima no mistério do Verbo encarnado e do Corpo místico, mas também os
deveres dos homens resgatados para com a Mãe de Deus, Mãe de Cristo e Mãe dos
homens, sobretudo dos fiéis. Não tem, contudo, intenção de propor toda a
doutrina acerca de Maria, nem de dirimir as questões ainda não totalmente
esclarecidas pelos teólogos. Conservam, por isso, os seus direitos as opiniões
que nas escolas católicas livremente se propõem acerca daquela que na santa
Igreja ocupa depois de Cristo o lugar mais elevado e também o mais próximo de
nós [29].
II. A VIRGEM SANTÍSSIMA NA ECONOMIA DA SALVAÇÃO
A mãe do Redentor no Antigo Testamento
55. A Sagrada Escritura do
Antigo e Novo Testamento e a venerável Tradição mostram de modo
progressivamente mais claro e como que nos põem diante dos olhos o papel da Mãe
do Salvador na economia da salvação. Os livros do Antigo Testamento descrevem a
história da salvação na qual se vai preparando lentamente a vinda de Cristo ao
mundo. Esses antigos documentos, tais como são lidos na Igreja e interpretados
à luz da plena revelação ulterior, vão pondo cada vez mais em evidência a
figura duma mulher, a Mãe do Redentor. A esta luz, Maria encontra-se já
profeticamente delineada na promessa da vitória sobre a serpente (cfr.
Gén. 3,15), feita aos primeiros pais caídos no pecado. Ela é, igualmente,
a Virgem que conceberá e dará à luz um Filho, cujo nome será Emmanuel (cfr.
Is. 7,14; cfr. Miq. 5, 2-3; Mt 1, 22-23). É a primeira entre os humildes
e pobres do Senhor, que confiadamente esperam e recebem a salvação de Deus. Com
ela, enfim, excelsa Filha de Sião, passada a longa espera da promessa, se
cumprem os tempos e se inaugura a nova economia da salvação, quando o Filho de
Deus dela recebeu a natureza humana, para libertar o homem do pecado com os
mistérios da Sua vida terrena.
Maria na Anunciação
56. Mas o Pai das
misericórdias quis que a aceitação, por parte da que Ele predestinara para mãe,
precedesse a encarnação, para que, assim como uma mulher contribuiu para a
morte, também outra mulher contribuísse para a vida. É o que se verifica de
modo sublime na Mãe de Jesus, dando à luz do mundo a própria Vida, que tudo renova.
Deus adornou-a com dons dignos de uma tão grande missão; e, por isso, não é de
admirar que os santos Padres chamem com frequência à Mãe de Deus «toda santa» e
«imune de toda a mancha de pecado», visto que o próprio Espírito Santo a
modelou e d'Ela fez uma nova criatura [30]. Enriquecida, desde o
primeiro instante da sua conceição, com os esplendores duma santidade singular,
a Virgem de Nazaré é saudada pelo Anjo, da parte de Deus, como «cheia de graça»
(cfr. Lc 1,28); e responde ao mensageiro celeste: «eis a escrava do
Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra» (Lc 1,38). Deste modo,
Maria, filha de Adão, dando o seu consentimento à palavra divina, tornou-se Mãe
de Jesus e, não retida por qualquer pecado, abraçou de todo o coração o
desígnio salvador de Deus, consagrou-se totalmente, como escrava do Senhor, à
pessoa e à obra de seu Filho, subordinada a Ele e juntamente com Ele, servindo
pela graça de Deus omnipotente o mistério da Redenção. por isso, consideram com
razão os santos Padres que Maria não foi utilizada por Deus como instrumento
meramente passivo, mas que cooperou livremente, pela sua fé e obediência, na
salvação dos homens. Como diz S. Ireneu, «obedecendo, ela tornou-se causa de
salvação, para si e para todo o género humano» [31]. Eis porque não poucos,
Padres afirmam com ele, nas suas pregações, que «o no da desobediência de Eva
foi desatado pela obediência de Maria; e aquilo que a virgem Eva atou, com a
sua incredulidade, desatou-o a virgem Maria com a sua fé» [32]; e, por comparação com Eva,
chamam Maria a «mãe dos vivos» [33] e afirmam muitas vezes: «a
morte veio por Eva, a vida veio por Maria» [34].
Maria na infância de Jesus
57. Esta associação da mãe
com o Filho na obra da salvação, manifesta-se desde a conceição virginal de
Cristo até à Sua morte. Primeiro, quando Maria, tendo partido solicitamente
para visitar Isabel, foi por ela chamada bem-aventurada, por causa da fé com
que acreditara na salvação prometida, e o precursor exultou no seio de sua mãe (cfr.
Lc 1, 41-45); depois, no nascimento, quando a Mãe de Deus, cheia de
alegria, apresentou aos pastores e aos magos o seu Filho primogénito, o qual
não só não lesou a sua integridade, mas antes a consagrou [35]. E quando O apresentou no
templo ao Senhor, com a oferta dos pobres, ouviu Simeão profetizar que o Filho
viria a ser sinal de contradição e que uma espada trespassaria o coração da
mãe, a fim de se revelarem os pensamentos de muitos (cfr. Lc 2, 34-35).
Ao Menino Jesus, perdido e buscado com aflição, encontraram-n'O os pais no
templo, ocupado nas coisas de Seu Pai; e não compreenderam o que lhes disse.
Mas sua mãe conservava todas estas coisas no coração e nelas meditava (cfr.
Lc 2, 41-51).
Maria na vida pública e na paixão de Cristo
58. Na vida pública de
Jesus, Sua mãe aparece duma maneira bem marcada logo no princípio, quando, nas
bodas de Caná, movida de compaixão, levou Jesus Messias a dar início aos Seus
milagres. Durante a pregação de Seu Filho, acolheu as palavras com que Ele,
pondo o reino acima de todas as relações de parentesco, proclamou
bem-aventurados todos os que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática (cfr.
Mc 3,35 e paral.; Lc 11, 27-28); coisa que ela fazia fielmente (cfr.
Lc 2, 19 e 51). Assim avançou a Virgem pelo caminho da fé, mantendo
fielmente a união com seu Filho até à cruz. Junto desta esteve, não sem
desígnio de Deus (cfr. Jo.19,25), padecendo acerbamente com o seu
Filho único, e associando-se com coração de mãe ao Seu sacrifício, consentindo
com amor na imolação da vítima que d'Ela nascera; finalmente, Jesus Cristo,
agonizante na cruz, deu-a por mãe ao discípulo, com estas palavras: mulher, eis
aí o teu filho (cfr. Jo 19, 26-27) [36].
Maria depois da Ascensão
59. Tendo sido do agrado de
Deus não manifestar solenemente o mistério da salvação humana antes que viesse o
Espírito prometido por Cristo, vemos que, antes do dia de Pentecostes, os
Apóstolos «perseveravam unanimemente em oração, com as mulheres, Maria Mãe de
Jesus e Seus irmãos» (Act. 1,14), implorando Maria, com as suas
orações, o dom daquele Espírito, que já sobre si descera na anunciação.
Finalmente, a Virgem Imaculada, preservada imune de toda a mancha da culpa
original [37], terminado o curso da vida
terrena, foi elevada ao céu em corpo e alma [38] e exaltada por Deus como
rainha, para assim se conformar mais plenamente com seu Filho, Senhor dos
senhores (cfr. Apoc. 19,16) e vencedor do pecado e da morte [39].
Nota: Revisão da tradução portuguesa
por ama
[1] Cfr. muitas inscrições nas catacumbas romanas.
[2] Cfr. Gelásio I, Decretal De libris recipendis, 3: PL
59, 160, Denz. 165 (353).
[3] Cfr. S. Método, Symposion, VII, 3: GCS (Bonwetsch),
74.
[4] Cfr. Bento XV, Decretum approbationis
virtutum in Causa beatificationis e canonizationis Servi Dei Ioannis Nepomuceni
Neumann: AAS 14 (1922) p. 23; Várias alocuções de Pio XI sobre os Santos:
Inviti All'eroismo, em Discorsi e Radiomessaggi t. I-III, Roma, 1941-1942,
passim; Pio XII, Discorsi e Radiomessaggi, t. 10, 1949, pp. 37-43.
[5] Cfr. Pio XII, Encícl. Mediator Dei: AAS 39 (1947) p.
581.
[6] Cfr. Hebr. 13,7; Eccli. 44-50; Hebd. 11, 3-40. Cfr.
também Pio XII, Encícl. Mediator Dei: AAS 39 (1947) pp. 582-583.
[7] Cfr. Conc. Vaticino I, Const. De fide catholica, cap.
3: Denz. 1794 (3013).
[8] Cfr. Pio XII, Encícl. Mystici Corporis: AAS 35 (1943)
p. 216.
[9] "Quanto à gratidão para com os próprios Santos,
cfr. E. Diehl, Inscriptiones latinae christianae veteres, I, Berlim, 1925, nn.
2008, 2382, etc. etc.
[10] Conc. Tridentino, Decr. De
invocatione... Sanctorum: Denz. 984 (1821).
[11] Breviarium Romanum, Invitatorium in festo Sanctorum
Omnium.
[12] Cfr. v. g. 2 Tess. 1,10.
[13] Conc. Vaticano II, Const. De Sacra Liturgia,
Sacrosanctum Concilium, cap. 5, n. 104: AAS 56 (1964) p. 125-126.
[14] Cfr. Missale Romanum, cânon da missa.
[15] Conc. Niceno II, Act. VII: Denz. 302 (600).
[16] Conc. Florentino, Decretum pro
Graecis: Denz. 693 (1304).
[17] Conc. Tridentino, Decr. De invocatione, veneratione et
reliquiis Sanctorum et sacris imaginibus: Denz. 983 (1820); Decretum de iustificatione,
can. 30: Denz. 840 (1580).
[18] Missale Romanum, Prefácio dos Santos concedido a
algumas dioceses de França.
[19] Cfr. S. Pedro Canisio, Catechismus Maior seu Summa
Doctrinae christianae, cap. III (ed. crit. F. Streicher) parte I, pp. 15-16, n.
44 e pp. 100-101, n. 49.
[20] Cfr. Conc. Vaticano II, Const. De
Sacra Liturgia, Sacrosanctum Concilium, cap. 1, n. 8: AAS 56 (1964), p. 401.
[21] Símbolo Constantinopolitano: Mansi 3, 566. Cfr. Conc.
Efesino, 1b. 4, 1130 (íb. 2, 665 e 4, 1071); Conc. Calcedonense, ib. 7,
111-116; Conc. Constantinopolitano II, ib. 9, 375-396 Missale Romanum, Credo.
[22] Missale Romanum, cânon.
[23] S. Agostinho, De S. Virginitate, 6: PL 40, 399.
[24] Cfr. Paulo VI, Alocução no Concílio, no dia 4 dez.
1963: AAS 56 (1964) p. 37.
[25] Cfr. S. Germano Const., Hom in Annunt. Deiparae: PG
98, 328 A; In Dorm. 2: col. 357.-Anastácio Antioq., Serm. 2 de Annunt., 2: PG
89, 1377 AB; Serm. 3, 2: col. 1388: C. - S. André Cret., Can. in B. V. Nat. 4:
PG 97, 1321 B. In B. V. Nat., 1: col. 812 A. Hom. in dorm. 1: col. 1086 C. - S.
Sofrónio, Or. 2 in Annunt., 18: PG' 87 (3), 3237 BD.
[26] S. Ireneu, Adv. Haer. III, 22, 4: PG 7, 959 A; Harvey,
2, 123.
[27] S. Ireneu, ib.; Harvey, 2, 124.
[28] S. Epináfio, Haer. 78, 18: PG 42, 728
CD - 729 AB.
[29]S. Jerónimo, Epist. 22, 21: PL, 22, 408. Cfr. S.
Agostinho, Serm. 51, 2, 3: PL 38, 335; Serm. 232, 2: col. 1108. -S. Cirilo de
Jerusalém, Catech. 12, 15: PG 33, 741 AB. - S. João Crisóstomo, In Ps. 44, 7:
PG 55, 193. - S. João Damasceno, Hom. 2 in dorm. B. M. V., 3: PG 96, 728.
[30] Cfr. Conc. Lateranense em 649, can. 3: Mansi 10, 1151.
S. Leão M., Epist. ad. Flav.: PL 54, 759. - Conc. Calcedonense: Mansi 7, 462. -
S. Ambrósio, De instit. virg.: PL 16, 320.
[31] Cfr. Pio XII, Encícl. Mystici Corporis, 29 jun. 1943:
AAS 35 (1943) pp. 247-248.
[32] Cfr. Pio IX, Bula Ineffabilis, 8 dez. 1854: Acta Pii
IX, 1, I. p. 616, Denz. 1641 (2803).
[33] Cfr. Pio XII, Const. Apost. Munificentissimus, 1 nov.
1950: AAS 42 (1950); Denz. 2333 (3903). Cfr. S. João Damasceno, Enc. in dorm.
Dei genetricis, Hom. 2 e 3: PG 96, 721-761, sobretudo col. 728 B. -S. Germano
Constantinop., In S. Dei gen. dorm. Serm. 1: PG 98 (6) ; 340-348; Serm. 3: cola
361. -S. Modesto de Jerus. In dorm. SS. Deiparae: PG 86 (2), 3277-3312.
[34] Cfr. Pio XII, Encicl. Ad coeli Reginam, 11 out. 1954:
AAS 46 (1954), pp. 633-636; Denz. Denz. 3913 ss. S. André Cret., Hom. 3 in
dorm. SS. Deiparae: PG 97, 1089-1109. -S. João Damasceno, De lide orth., IV,
14: PG 94, 1153-1161.
[35] Cfr. Kleugten, texto reformado De mysterio Verbi
incarnati, cap. IV: Mansi 53, 290. Cfr. S. André Cret., In nat. Mariae serm. 4:
PG 97, 865 A. S. Germano de Constantin., In ann. Deiparae: PG 98, 321 BC; In
dorm, Deiparae, III: col. 361 D.-S. João Damasceno, In dorm. B. V. Mariae, Hom.
1, 8: PG 96, 712 BC-713 A.
[36] Cfr. Leão XIII, Encícl. Adiutricem
populi, 5 set. 1895: ASS 15 (1896-96) p. 303. -S. Pio X Enciel. Ad diem illum,
2 fev. 1904: Acta, 1, p. 154; Denz. 1978 a (3370). - Piq XI, Encícl.
Miserentissimus, 8 maio 1928: AAS 20 (1928) p. 178. Pio XII, Radiomensagem 13
maio 1946: AAS 38 (1946) p. 266.
[37] S. Ambrósio, Epist. 63: PL 16, 1218.
[38] S. Ambrósio, Expos. U. II, 7: PL 15, 1555.
[39] Cfr. Ps. - Pedro Dam., Serm. 63: PL 144, 861
AB.-Godofredo de S. Victor. In nat. B. M., Ms. Paris, Mazarine, 1002, fol. 109
r. - Gerhohus Reich, De gloria et honore Filii hominis, 10: PL 194, 1105 AB.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.