Parece
haver uma cedência à tentação de expender opiniões sobre assuntos que não têm a ver com o
munus pastoral, antes com opiniões próprias expressão do modo como vêm as
coisas da Igreja em particular e do mundo em geral,
E,
o que é mais estranho, é que em casos de forte impacto – como são por exemplo
leis iníquas que atentam contra a dignidade da pessoa humana e a família - e
todos sabemos quias são, - não se lhes ouve uma palavra ou lê uma opinião.
Com
meridiana clareza, Jesus Cristo declarou que não era nem seria ‘juiz’ em causas
que estivessem fora da Sua Missão salvadora.
Apesar
da Sua condição de Filho de Deus o ‘desobrigasse’ de pagar impostos, não deixou
de o fazer porque, justo ou injusto, o imposto era uma disposição legal e
Cristo observava estritamente as leis concordasse ou não com elas.
Os
cristãos, estão na sociedade e devem cumprir as obrigações e deveres que cumpre
a todos cumprir, devendo aliás, ser os primeiros a dar o exemplo, ficam, no
mínimo perturbados, quando alguém da hierarquia eclesiástica aconselha a
manifestarem-se contra leis de carácter geral como, por exemplo, o emprego.
Outras
vezes, alguns, expendem pareceres sobre factos relativos à vida interna da
Igreja. Esquecem-se que a Igreja é formada por homens e que, também são homens
os que a governam e dirigem. Ou seja, de ‘dentro’ permitem-se enviar para
‘fora’ opiniões e pontos de vista pessoais. Além de parecer uma autêntica
aberração, dão um tom de ‘inteligência poderosa e clarividência de conceitos’
que, no mínimo, remete os milhões de cristãos que não concordam com eles para o
gueto dos palermas, ignorantes ou de ‘vistas curtas’.
Não
nos aflijamos, contudo, nada disto é novo ou extraordinário. Sempre houve e
sempre haverá quem não entenda que, por mais alto que seja o cargo que possa
ocupar na hierarquia ou mais brilhante e poderosa a sua inteligência, o seu
dever, o primeiríssimo dever a que se comprometeram, é dar aos cristãos exemplo
de obediência estrita e completa ao Magistério da Santa Igreja.
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