21/02/2012

Leitura Espiritual para 21 Fev 2012


Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.


Para ver texto completo para hoje, clicar abaixo
Evangelho: Mc 14, 53-72
53 Levaram Jesus ao sumo-sacerdote e juntaram-se todos os príncipes dos sacerdotes, os anciãos e os escribas. 54 Pedro foi-O seguindo de longe, até dentro do pátio do sumo-sacerdote. Estava sentado ao fogo com os criados, e aquecia-se. 55 Os príncipes dos sacerdotes e todo o conselho buscavam algum testemunho contra Jesus, para O fazerem morrer, e não o encontravam. 56 Muitos depunham falsamente contra Ele, mas não concordavam os seus depoimentos. 57 Levantaram-se uns que depunham falsamente contra Ele, dizendo: 58 «Nós ouvimo-l'O dizer: “Destruirei este templo, feito pela mão do homem, e em três dias edificarei outro, que não será feito pela mão do homem”». 59 Porém, nem estes testemunhos eram concordes. 60 Então, levantando-se do meio da assembleia o sumo sacerdote, interrogou Jesus, dizendo: «Não respondes nada ao que estes depõem contra Ti?». 61 Ele, porém, estava em silêncio e nada respondeu. Interrogou-O de novo o sumo-sacerdote e disse-Lhe: «És Tu o Cristo, o Filho de Deus bendito?». 62 Jesus respondeu: «Eu sou, e vereis o Filho do Homem sentado à direita do poder de Deus, e vir sobre as nuvens do céu». 63 Então, o sumo-sacerdote, rasgando as suas vestes, disse: «Que necessidade temos de mais testemunhas? 64 Ouvistes a blasfémia. Que vos parece?». E todos O condenaram como réu de morte. 65 Então começaram alguns a cuspir-Lhe, a cobrir-Lhe o rosto e a dar-Lhe murros, dizendo-Lhe: «Profetiza!». Os criados receberam-n'O a bofetadas. 66 Entretanto, estando Pedro em baixo no átrio, chegou uma das criadas do sumo-sacerdote. 67 Vendo Pedro, que se aquecia, encarando-o disse: «Tu também estavas com Jesus Nazareno». 68 Mas ele negou: «Não sei, nem compreendo o que dizes». E saiu para fora, para a entrada do pátio, e o galo cantou. 69 Tendo-o visto a criada, começou novamente a dizer aos que estavam presentes: «Este é daqueles». 70 Mas ele o negou de novo. Pouco depois, os que ali estavam presentes diziam de novo a Pedro: «Verdadeiramente tu és um deles, porque também és galileu». 71 Ele começou a fazer imprecações e a jurar: «Não conheço esse homem de quem falais». 72 Imediatamente cantou o galo segunda vez. Pedro lembrou-se da palavra que Jesus tinha dito: «Antes que o galo cante duas vezes, Me negarás três». E começou a chorar.

CARTA APOSTÓLICA
O RÁPIDO DESENVOLVIMENTO
DO SUMO PONTÍFICE JOÃO PAULO II
AOS RESPONSÁVEIS PELAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS

1. O rápido desenvolvimento das tecnologias no campo da media é certamente um dos sinais do progresso da sociedade de hoje. Olhando para estas novidades em constante evolução, torna-se ainda mais actual o que se lê no Decreto do Concílio Ecuménico Vaticano II Inter mirifica, promulgado pelo meu venerado predecessor, o servo de Deus Paulo VI, a 4 de Dezembro de 1963: "Entre os maravilhosos inventos da técnica que, principalmente nos nossos dias, o engenho humano extraiu, com a ajuda de Deus, das coisas criadas, a Santa Igreja acolhe e fomenta aqueles que dizem respeito, principalmente, ao espírito humano e abriram novos caminhos para comunicar facilmente notícias, ideias e ordens"[1]

I. Um caminho fecundo no seguimento do Decreto Inter mirifica

2. A mais de quarenta anos após a publicação daquele documento é muito oportuno voltar a reflectir sobre os "desafios" que as comunicações sociais constituem para a Igreja, a qual, como realçou o Papa Paulo VI, "se sentiria culpável diante do seu Senhor se não usasse estes poderosos meios" [2]. Com efeito, a Igreja não está chamada unicamente a usar os mass media para difundir o Evangelho mas, hoje como nunca, está chamada também a integrar a mensagem salvífica na "nova cultura" que os poderosos instrumentos da comunicação criam e amplificam. Ela sente que o uso das técnicas e das tecnologias da comunicação contemporânea é parte integrante da sua missão no terceiro milénio.

Movida por esta consciência, a comunidade cristã deu passos significativos no uso dos instrumentos da comunicação na informação religiosa, na evangelização e na catequese, na formação dos operadores pastorais do sector e na educação para uma responsabilidade madura dos usufruidores e destinatários dos vários instrumentos da comunicação.

3. São numerosos os desafios para a nova evangelização num mundo rico de potencialidades comunicativas como o nosso. Tendo isto em consideração, na Carta encíclica Redemptoris missio quis realçar que o primeiro areópago do tempo moderno é o mundo da comunicação, capaz de unificar a humanidade tornando-a como se costuma dizer "uma aldeia global". Os meios de comunicação social alcançaram tal importância que se tornaram para muitos o principal instrumento de guia e de inspiração para os comportamentos individuais, familiares e sociais. Trata-se de um problema complexo, visto que esta cultura nasce, ainda antes do que dos conteúdos, do próprio facto que existem novos modos de comunicar com técnicas e linguagens inéditas.

A nossa época é uma época de comunicação global, onde muitos momentos da existência humana se desenrolam através de processos mediáticos, ou pelo menos, se devem confrontar com eles. Limito-me a recordar a formação da personalidade e da consciência, a interpretação e a estruturação dos vínculos afectivos, o desenvolvimento das fases educativas e formativas, a elaboração e a difusão de fenómenos culturais, o desenvolvimento da vida social, política e económica.

Numa visão orgânica e correcta do desenvolvimento do ser humano, a media pode e deve promover a justiça e a solidariedade, comunicando cuidadosa e verdadeiramente os acontecimentos, analisando de maneira completa as situações e os problemas, dando voz às diversas opiniões. Os critérios supremos da verdade e da justiça, na prática maduro da liberdade e da responsabilidade, constituem o horizonte em cujo âmbito se situa uma autêntica deontologia na fruição dos modernos e poderosos meios de comunicação.

II. Discernimento evangélico e compromisso missionário

4. Também o mundo da media tem necessidade da redenção de Cristo. Para analisar com os olhos da fé os processos e o valor das comunicações sociais pode servir de ajuda evidente o aprofundamento da Sagrada Escritura, a qual se apresenta como um "grande código" de comunicação de uma mensagem não efémera nem ocasional, mas fundamental devido ao seu valor salvífico.

A história da salvação narra e documenta a comunicação de Deus com o homem, comunicação que utiliza todas as formas e modulações da comunicação. O ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus, para receber a revelação divina e para estabelecer um diálogo de amor com Ele. Devido ao pecado, esta capacidade de diálogo a nível quer pessoal quer social alterou-se, e os homens fizeram e continuam a fazer a experiência amarga da incompreensão e do afastamento. Mas Deus não os abandonou e enviou-lhes o seu Filho (cf. Mc 12, 1-11). No Verbo feito carne o acontecimento comunicativo assume o seu máximo poder salvífico: assim, é oferecida ao homem, no Espírito Santo, a capacidade de receber a salvação e de a anunciar e testemunhar aos irmãos.

5. Por conseguinte, a comunicação entre Deus e a humanidade alcançou a sua perfeição no Verbo feito homem. O acto de amor através do qual Deus se revela, juntamente com a resposta de fé da humanidade, gera um diálogo fecundo. Precisamente por isto, fazendo nosso, de certa forma, o pedido dos discípulos "ensinai-nos a rezar" (Lc 11, 1), podemos pedir ao Senhor que nos guie para compreendermos a comunicar com Deus e com os homens através dos maravilhosos instrumentos da comunicação social. Reconduzidos ao horizonte desta comunicação última e decisiva, os mass media revelam-se uma oportunidade providencial para alcançar os homens em todas as latitudes, superando barreiras de tempo, de espaço e de língua, formulando nas modalidades mais diversas os conteúdos da fé e oferecendo, a todos os que as procuram, metas seguras que permitam entrar em diálogo com o mistério de Deus plenamente revelado em Jesus Cristo.

O Verbo encarnado deixou-nos o exemplo para comunicar com o Pai e com os homens, quer vivendo momentos de silêncio e de recolhimento, quer pregando em todos os lugares e com as várias linguagens possíveis. Ele explica as Escrituras, exprime-se em parábolas, dialoga na intimidade das casas, fala nas praças, ao longo dos caminhos, nas margens do lago, nos cimos dos montes. O encontro pessoal com Ele não deixa ninguém indiferente, mas estimula a imitá-lo: "O que vos digo às escuras, dizei-o à luz do dia; e o que escutais ao ouvido, proclamai-o sobre os telhados" (Mt 10, 27).

Há depois um momento culminante no qual a comunicação se faz comunhão plena: é o encontro eucarístico. Reconhecendo Jesus ao "partir do pão" (cf. Lc 24, 30-31), os crentes sentem-se estimulados a anunciar a Sua morte e ressurreição e a tornar-se testemunhas corajosas e alegres do seu Reino (cf. Lc 24, 35).

6. Graças à redenção, a capacidade comunicativa dos crentes é sanada e renovada. O encontro com Cristo constitui-os novas criaturas, permite que entrem a fazer parte daquele povo que Ele conquistou com o seu sangue morrendo na Cruz, e introdu-los na vida íntima da Trindade, que é comunicação contínua e circular de amor perfeito e infinito entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

A comunicação permeia as dimensões essenciais da Igreja, chamada a anunciar a todos a Boa Nova da salvação. Por isso, ela assume as oportunidades oferecidas pelos instrumentos da comunicação social como percursos dados providencialmente por Deus nos dias de hoje para aumentar a comunicação e tornar o anúncio mais incisivo [3] . Os mass media permitem manifestar o carácter universal do Povo de Deus, favorecendo um intercâmbio mais intenso e imediato entre as Igrejas locais, alimentando o conhecimento recíproco e a colaboração.

Damos graças a Deus pela presença destes poderosos meios que, se forem usados pelos crentes com o génio da fé e na docilidade à luz do Espírito Santo, podem contribuir para facilitar a difusão do Evangelho e para tornar mais eficazes os vínculos de comunhão entre as comunidades eclesiais.

III. Mudança de mentalidade e renovação pastoral

7. Nos meios da comunicação a Igreja encontra um apoio precioso para difundir o Evangelho e os valores religiosos, para promover o diálogo e a cooperação ecuménica e inter-religiosa, assim como para difundir aqueles princípios sólidos que são indispensáveis para construir uma sociedade respeitadora da dignidade da pessoa humana e atenta ao bem comum. Ela compromete-os de bom grado a fornecer informações sobre si mesma e a dilatar as fronteiras da evangelização, da catequese e da formação e considera o seu uso como uma resposta ao mandamento do Senhor: "Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a criatura" (Mc 16, 15).

Trata-se de uma missão certamente não fácil nesta nossa época, na qual se vai difundindo a convicção de que o tempo das certezas tenha irremediavelmente passado: para muitos o homem deveria aprender a viver num horizonte de total ausência de sentido, perseguindo o que é provisório e passageiro [4] . Neste contexto, os instrumentos de comunicação podem ser usados "para proclamar o Evangelho ou para o reduzir ao silêncio nos corações dos homens" [5]. Isto representa um desafio sério para os crentes, sobretudo para os pais, as famílias e para quantos são responsáveis pela formação da infância e da juventude. Devem ser encorajados na comunidade eclesial, com prudência e sabedoria pastoral, aqueles que têm particulares capacidades para trabalhar no mundo das comunicações sociais, para que se tornem profissionais capazes de dialogar com o vasto mundo dos mass media.

8. Não compete unicamente aos "trabalhadores" no sector valorizar a media, mas também a toda a Comunidade eclesial. Se, como já foi revelado, as comunicações sociais dizem respeito a diversos âmbitos da expressão da fé, os cristãos devem ter em consideração a cultura mediática na qual vivem: da liturgia, máxima e fundamental expressão da comunicação com Deus e com os irmãos, à catequese que não pode prescindir do facto que se destina a sujeitos que são influenciados pela linguagem e pela cultura contemporâneas.

O actual fenómeno das comunicações sociais impulsiona a Igreja a fazer uma espécie de revisão pastoral e cultural, a fim de ser capaz de enfrentar de maneira apropriada a passagem de época que estamos a viver. Desta exigência devem fazer-se intérpretes em primeiro lugar os Pastores: de facto, é importante empenhar-se para que se realize o anúncio do Evangelho de modo decisivo, que estimule a sua escuta e favoreça o seu acolhimento [6]. Neste campo, têm uma particular responsabilidade as pessoas consagradas, que estão orientadas pelo seu carisma institucional ao compromisso no âmbito das comunicações sociais. Formadas espiritual e profissionalmente, elas "quando surgirem oportunidades pastorais [...] prestem de boa vontade o seu serviço [...] a fim de que, por um lado, se evitem os danos provocados pelo uso viciado de tais meios e, por outro, seja promovida uma qualidade superior das transmissões, com mensagens respeitadoras da lei moral e ricas de valores humanos e cristãos" [7] .
[8]…/


[1] Decr. Inter mirifica, 1.
[2] Exort. Apost. Evangelii nuntiandi (8 de Dezembro de 1975): AAS 68 (1976), 35.
[3] Cf. João Paulo II, Exort. Apost. pós-sinodal Christifideles laici (30 de Dezembro de 1988), 18, 24: AAS 81 (1989), 421-435; cf. Pont. Cons. para as Comunicações Sociais, Inst. past. Aetatis novae (22 de Fevereiro de 1992), 10: AAS (1992), 454-455.
[4] Cf. João Paulo II, Carta enc. Fides et ratio (14 de Setembro de 1998), 91: AAS 91 (1999), 76-77.
[5] Pont. Cons. para as Comunicações Sociais, Instr. past. Aetatis novae (22 de Fevereiro de 1992), 4: AAS 84 (1992), 450.
[6] Cf. João Paulo II, Exort. Apost. pós-sinodal, Pastores gregis, 30; L'Osservatore Romano, 17 de Outubro de 2003, pág. 6.
[7] João Paulo II, Exort. Apost. pós-sinodal, Vita consecrata (25 de Março de 1996), 99: AAS 88 (1996), 476.
[8] Copyright © Libreria Editrice Vaticana

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