Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemaria, Caminho 116)
Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
Evangelho: Mc 5, 1-20
1 Chegaram ao outro lado do mar, ao território dos gerasenos. 2 Ao sair Jesus da barca, foi logo ter com Ele, saindo dos sepulcros, um homem possesso de um espírito imundo. 3 Tinha o seu domicílio nos sepulcros, e já ninguém conseguia segurá-lo com cadeias. 4 Tendo sido preso muitas vezes com grilhões e com cadeias, tinha quebrado as cadeias e despedaçado os grilhões e ninguém o podia dominar. 5 E sempre, dia e noite, andava pelos sepulcros e pelos montes, gritando e ferindo-se com pedras. 6 Ao ver de longe Jesus, correu e prostrou-se diante d'Ele 7 e clamou em alta voz: «Que tens Tu comigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Por Deus eu Te conjuro que não me atormentes». 8 Porque Jesus dizia-lhe: «Espírito imundo sai desse homem». 9 Depois perguntou-lhe: «Como te chamas?». Ele respondeu: «O meu nome é Legião, porque somos muitos». 10 E suplicava-Lhe insistentemente que não o expulsasse daquela região. 11 Andava ali, próximo do monte, uma grande vara de porcos a pastar. 12 Os espíritos imundos suplicaram-Lhe: «Manda-nos para os porcos, para nos metermos neles». 13 Jesus consentiu. Então os espíritos imundos saíram e entraram nos porcos, e a vara, que era de cerca de dois mil, precipitou-se por um despenhadeiro no mar onde se afogaram. 14 Os guardadores fugiram e contaram o facto pela cidade e pelos campos. E o povo foi ver o que tinha sucedido. 15 Foram ter com Jesus e viram o que tinha estado possesso do demónio sentado, vestido e são do juízo; ele, que tinha estado possesso de uma legião inteira; e tiveram medo. 16 Os que tinham visto contaram-lhes o que tinha acontecido ao endemoninhado e aos porcos. 17 Então começaram a pedir a Jesus que se retirasse do seu território. 18 Quando Jesus subia para a barca, o que fora possesso do demónio começou a pedir-Lhe que lhe permitisse acompanhá-l'O. 19 Mas Jesus não o permitiu, antes lhe disse: «Vai para tua casa, para os teus, e conta-lhes tudo o que o Senhor te fez, e como teve piedade de ti». 20 Ele retirou-se e começou a proclamar pela Decápole que grandes coisas Jesus lhe tinha feito; e todos se admiravam.
Talita Kum - Levanta-te
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Parece, de facto, que estes são os "últimos tempos" de que fala o Evangelho. Mas, para nós, cristãos, os "últimos tempos" que verdadeiramente nos interessam e devem levar-nos a uma preparação cuidada, são os "últimos tempos" de cada um de nós, ou seja, o tempo que o Senhor escolher para nos chamar para junto de Si.
Por isso, a nós, que sabemos muito bem onde estamos e para onde queremos ir, não nos afectam esses anúncios repetidos de catástrofes finais. O que nos afecta, sim, são as atitudes desumanas e atentatórias da dignidade das pessoas, quer sejam os actos de puro terrorismo, de massacre indiscriminado e brutal de milhares de seres humanos, quer as situações de abuso insuportável dos mais indefesos (…) A nossa repulsa e indignação não nos devem fazer esquecer que devemos rezar por todos esses, vítimas e agressores, que são como sabemos, filhos de Deus, resgatados também pelo sangue de Cristo na Cruz, para que a misericórdia divina tenha em conta as fraquezas de cada um lembrando, talvez, o que no Calvário Jesus moribundo solicitou ao Pai:
A grande diferença é que o Demónio reina na escuridão e na morte, ao passo que, o reino de Cristo é luz e Vida.
«Em Ti está a fonte da vida, e com a tua luz veremos a luz». [3]
O salmista une a luz com a fonte da vida, e o Senhor fala de uma ‘luz de vida’. Quando temos sede, buscamos uma fonte, quando estamos às escuras, buscamos uma luz (…). Com Deus é diferente: é a luz e é a fonte.
«Aquele que te ilumina para que vejas, esse mesmo é o manancial para que bebas» [4]
A multidão segue Jesus, cada um procurando estar o mais próximo d’Ele possível. Não é só a curiosidade que os move, nem o quererem inteirar-se do que vai dizendo a Jairo. O que os arrasta e atrai, é a certeza que têm, por experiências anteriores, de que algo grande, extraordinário, talvez insólito, irá acontecer. Ao decidir-se a seguir Jairo até sua casa, Jesus deu-lhes indicação de que de deixou mover pelo pedido de alguém que O procurou em aflição e, como costume, irá atender esse pedido.
É natural, pois, toda esta excitação das pessoas. Vão passando palavra umas às outras sobre o que se está passar, lá na frente. Alguns mostrar-se-ão admirados ao saberem que Jairo, um personagem tão importante, se prostrara aos pés de Jesus. Certamente a sua aflição será muito grande para assumir tal atitude, assim em público e diante de tanta gente.
Muitos conhecem bem Jairo, sabem que é um chefe de Sinagoga e estão habituados a ouvi-lo e a respeitá-lo. Por saberem isto a sua curiosidade aumenta, pois embora estejam habituados a essas manifestações das pessoas e de Jesus, isto é, os pedidos feitos com evidentes sinais de humildade e confiança – as pessoas arrojam-se aos pés de Jesus, como só se faz perante alguém de indiscutível grandeza e poder – e as respostas de Jesus, tão simples e directas, mas tão cheias de autoridade, revelando um domínio absoluto sobre a matéria e sobre o espírito: – «quero, fica limpo»...[5] ou «cala-te e sai desse homem» [6], - e tantas outras acções extraordinárias e inúmeros casos que muitos presenciaram e foram contando com riqueza de pormenores por toda a Judeia e Galileia.
Jesus não se importa que as pessoas O sigam, embora saiba que alguns o fazem só por curiosidade. Pelo contrário, o Senhor sabe que perante os Seus milagres muitos desses ‘curiosos’ serão movidos a segui-lo, a partir de determinado momento, pela confiança que inspira e a fé que desperta nos seus corações ansiosos.
Como quando alguém entra numa Igreja com o mero intuito de ver as obras de arte, eventualmente tirar fotografias e, depois, num ímpeto, se ajoelha ante o sacrário, numa oração que, nem por ser breve, deixa de ser um tributo à Sua Presença Eucarística.
Também muitos vão a Fátima movidos pela curiosidade, ‘para ver como é’, como se fosse mais uma excursão a um local famoso e, depois, talvez tocados pelas demonstrações de fé das gentes anónimas, humildes ou não, discretas ou aparatosas, serenas ou intensamente demonstradas, voltam para suas casas com o secreto desejo de voltar, um dia, para, com mais vagar, se deterem aos pés da Virgem.
Ninguém fica indiferente à presença de Jesus, seja no Sacrário, seja nas pessoas que se deixam habitar por Ele. Emana d’Ele uma força que a todos atrai, que é real, concreta, avassaladora. Desta ‘força’ falaremos mais adiante.
Talvez, entre os mais próximos se encontrasse uma determinada mulher, que se escondia, tentando passar despercebida, mas que sabia que ali, naquele Jesus, estava o remédio para o seu mal. Vê, também ela, a atitude de Jairo, mas enquanto este é uma figura proeminente da sociedade local, ela é uma pobre mulher do povo e, ainda para mais, sofrendo de um mal que a segregava do convívio dos outros….
[7]…/
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