25/01/2012

Leitura Espiritual para 25 Jan 2012


Não abandones a tua leitura espiritual.
A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemariaCaminho 116)


Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A. O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.



Para ver texto completo para hoje, clicar abaixo
Evangelho: Mc 2, 1-22

1 Passados alguns dias, Jesus entrou outra vez em Cafarnaum, e soube-se que Ele estava em casa. 2 Juntou-se muita gente, de modo que não se cabia, nem mesmo à porta. E Ele pregava-lhes a Palavra. 3 Nisto chegaram alguns conduzindo um paralítico que era transportado por quatro homens. 4 Como não pudessem levá-lo junto d'Ele por causa da multidão, descobriram o tecto na parte debaixo da qual estava Jesus e, tendo feito uma abertura, desceram o leito em que jazia o paralítico. 5 Vendo Jesus a fé daqueles homens, disse ao paralítico: «Filho, são-te perdoados os pecados». 6 Estavam ali sentados alguns escribas que diziam nos seus corações: 7 «Como é que Ele fala assim? Ele blasfema. Quem pode perdoar pecados senão Deus?». 8 Jesus, conhecendo logo no Seu espírito que eles pensavam desta maneira dentro de si, disse-lhes: «Porque pensais isto nos vossos corações? 9 O que é mais fácil dizer ao paralítico: “São-te perdoados os pecados” ou dizer: “Levanta-te, toma o teu leito e anda”? 10 Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem na terra poder de perdoar os pecados, 11 - disse ao paralítico -: Eu te ordeno: Levanta-te, toma o teu leito e vai para a tua casa». 12 Imediatamente ele se levantou e, tomando o leito, retirou-se à vista de todos, de maneira que se admiraram e glorificaram a Deus, dizendo: «Nunca vimos coisa semelhante». 13 Foi outra vez para a beira mar. Todo o povo ia ter com Ele e Ele ensinava-os. 14 Ao passar viu Levi, filho de Alfeu, sentado no banco dos cobradores de impostos, e disse-lhe: «Segue-Me». Ele, levantando-se, seguiu-O. 15 Aconteceu que, estando Jesus sentado à mesa em casa dele, estavam também à mesma mesa com Jesus e os Seus discípulos muitos publicanos e pecadores; porque eram muitos que também O seguiam. 16 Os escribas e fariseus, vendo que Jesus comia com os pecadores e publicanos, diziam aos discípulos: «Porque come e bebe o vosso Mestre com os publicanos e pecadores?». 17 Ouvindo isto, Jesus disse-lhes: «Não têm necessidade de médico os sãos, mas os doentes; Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores». 18 Os discípulos de João e os fariseus estavam a jejuar. Foram ter com Jesus, e disseram-Lhe: «Porque jejuam os discípulos de João e os fariseus, e os Teus discípulos não jejuam?». 19 Jesus respondeu-lhes: «Podem porventura jejuar os companheiros do esposo, enquanto o esposo está com eles? Enquanto têm consigo o esposo não podem jejuar. 20 Mas virão dias em que lhes será tirado o esposo e, então, nesses dias, jejuarão. 21 Ninguém cose um remendo de pano novo num vestido velho; pois o remendo novo arranca parte do velho, e o rasgão torna-se maior. 22 Ninguém deita vinho novo em odres velhos; de contrário, o vinho fará arrebentar os odres, e perder-se-á o vinho e os odres; mas, para vinho novo, odres novos».

Talita Kum - Levanta-te
…/24
       
Ainda nos dias de hoje isto acontece e, com tanta frequência!

Somos levados como que por um excesso de zelo a encontrar explicações para o que não entendemos.
Excesso de zelo, entenda-se, porque nos consideramos pessoas inteligentes, com critério, que sabemos muito bem distinguir os momentos e ocasiões em que é conveniente desviar a conversa para assunto menos polémico ou controverso como podem ser as questões da fé, ou da Igreja, ou do Papa ou… ‘Cada coisa no seu lugar’, dizemos com a segurança de quem diz uma verdade intrínseca.

Igreja, Papa, Fé são para se falarem em local e circunstâncias próprias, adequadas.
Não vá acontecer, que alguém diga que, tudo não passa de uma fantasia, fanatismo ou manipulação das consciências e nós nos vejamos embrenhados numa discussão que não nos apetece ter. Não… não é ‘quem cala consente’, é antes… decoro, pudor, contenção.
   
Mas, claro, deveríamos dizer: medo, cobardia, falsas razões, comodismo… mas, ficamo-nos por aí, a menos que, consideremos ter audiência a nosso favor, que podemos, seguramente, ‘marcar pontos’ e, então podemos empenhar-nos na discussão.
Tal como no tempo de Jesus na Palestina, também procedemos como os Fariseus e os Príncipes dos Sacerdotes: vemos a verdade, compreendemos o que acontece, mas julgamos mais adequado passar adiante.

Jesus tem uma forma muito Sua de lidar com estas situações. Não as despreza, como seria, talvez, legítimo esperar, não as ignora, porque são gritantes, não foge delas porque não tem medo nenhum do quer que seja. Olha as pessoas no fundo da alma. O Seu olhar trespassa o coração e deixa o homem mudo e estático, varado como que por um raio que com a sua luz ofuscante, põe às claras todos os pensamentos mais recônditos e escondidos.
O mesmo olhar de recriminação triste e sentida com que vai olhar para Pedro na noite da Paixão; o mesmo olhar de ternura filial com que encarará Sua Mãe no início da Via Crucis; o mesmo olhar cheio de fulgor apostólico com que mirou João e Pedro e Tiago e Mateus e os outros Sete; o mesmo olhar de amorosa expectativa que dirigiu ao jovem rico.

O olhar de Jesus!

Um olhar humano e divino, o olhar humano de Deus. Um olhar que arrasta, convence, atrai, chama. Mas também é o olhar de tédio quando mira Herodes; de cólera quando expulsa os vendilhões do Templo; de repreensão quando encara os acusadores da adúltera.
Um olhar que põe a nu os defeitos e erros, que acusa, que repudia, que afasta.

Jesus fala com o olhar em todas as situações:

Rindo contente com a alegria do filho regressado à casa paterna, deixando correr as lágrimas pelo amigo morto há já três dias, toldado com a névoa da tristeza na Última Ceia, olhar de aflição e terror em Getzemani.

Os seus seguidores mais próximos, não podem esquecer o olhar de Jesus.

Mais que as Suas palavras ou os Seus gestos – mesmo os de maior significado – o Seu olhar ficou-lhes gravado no coração desde o primeiro momento em que os encarou, um a um, chamando-os à Sua intimidade, ao Seu círculo mais próximo de confidentes e amigos.

E o meu olhar?
Como é o meu olhar?

Pergunta que deve ser insistente, constante. Sei bem que pelos meus olhos entram muitas coisas que não deveriam entrar, que me perturbam, me incomodam me levam, talvez, a fazer juízos errados, ou, mesmo, a pecar.
Talvez que uma mortificação pouco cuidada ou tida em menor importância seja, exactamente, a mortificação do olhar.
Olhar para satisfazer a simples curiosidade, por exemplo.
Que… ser curioso não é grande falta…
Pode não ser mas… tem algum mérito ou interesse?

Mas, a mim, não me faz “mossa” olhar certas coisas menos próprias!
Não?
E será que a cena, por breve que seja, não ficará num recôndito da memória para voltar quando menos esperamos?

[1]…/


[1] AMA, com revisão eclesiástica (agrad. Dr. V. Costa Lima, pela revisão e sugestões)

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