Os darwinistas costumam ser contrários a Darwin neste ponto, pois o autor da Origem das espécies conclui no seu célebre livro afirmando que "a vida, com as suas diferentes faculdades, foi originariamente animada pelo Criador numas quantas formas ou numa só".
Ao darwinismo oficial, todavia, faltou-lhe tempo para converter a hipótesse evolucionista na grande alternativa à origem criada do Universo e da vida. Como um novo giro coperniciano, a exclusão da causalidade divina teve uma imensa importância cultural, que justifica o empenho de milhares de investigadores especializados e de profissionais capazes de conectar com o grande público: professores e mestres, autores de livros de texto e programas televisivos, artistas de ilustrações verosímeis e atractivas, reconstruções brilhantes em museus…
Em 1959 celebrou-se em Chicago o centenário da Origem das espécies. Julian Huxlei, o orador mais aplaudido, declarou que "a Terra não foi criada: evoluiu. E o mesmo fizeram os animais e as plantas, tal como o corpo do ser humão, a mente, a alma e o cérebro". Algo muito parecido sustenta Richard Dawkins, zoólogo de Oxford, um dos evolucionistas mais mediáticos. Ninguém repara em que falar de evolução criadora é uma contradição nos termos, e que a realidade nos mostra o contrário: uma criação evolutiva.
Francisco Ayala, Premio Templeton 2010, explica-o assim: "Que uma pessoa seja uma criatura divina não é incompatível com o facto de ter sido concebida não seio da sua mãe e manter-se e crescer por meio de alimentos. A evolução também pode ser considerada como um processo natural através do qual Deus traz as espécies viventes à existência de acordo com o seu plano".
(jose ramón ayllón, trad. ama)
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