Ao tomar este título para guia da minha meditação de hoje estou bem ciente da dificuldade que se me apresenta.
Nestes dias santos, a Igreja traz-me aos olhos as cenas dramáticas da Paixão do Senhor começando na noite do Getzemani até ao Sepultamento ao entardecer de Sexta-Feira Santa!
Como, pois, falar de alegria tendo como referências tão marcantes as cenas dramáticas - de tragédia - que se recordam?
O Senhor suando sangue em indizível agonia!
A farsa do julgamento no Sinédrio, as troças, impropérios, cuspidelas, insultos, a turba vociferando "crucifica-o!", os espinhos, a selvática flagelação, a vacilante subida ao monte Calvário com extrema dor e inaudito sofrimento, os grossos pregos a rasgarem a carne...onde a alegria!?
Não é mais natural - e fácil - sentir pena, dó...tristeza?
Alegria!?
Olho para mim, constato as minhas misérias e fraquezas e pasmo em ter sido objecto de tamanhos sacrifício e entrega.
E, então, sim, sinto uma alegria indizível porque o Senhor - o meu Deus e Senhor - me salvou!
Esta alegria da Semana Santa é, talvez, a mais justificada das alegrias, tem as raízes em forma de cruz, baseia-se no sofrimento, explica-se na doação e entrega mais absolutas.
Alegremo-nos sim, porque o Senhor na sua misericórdia nos faz dignos da sua salvação!
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