Estão cansados, fartíssimos de festas, banquetes, viagens de um lado para o outro de automóvel e de autocarro, de empurrões nos desfiles, de horas à espera pelo almoço e, ainda mais, pelo jantar, os miúdos estão insuportáveis, desertinhos por voltar para casa mas, não pode ser! O “pacote” são três ou quatro dias e há que esgotar a coisa até ao último dos minutos.
Nem outra coisa se poderia fazer até porque, o tal “pacote” ainda só está meio pago e, as prestações que faltam vão acrescentar mais um sarilho não despiciendo às finanças familiares.
Mas…prontos…vamos lá a ver se, ao menos, neste último dia, a coisa se compõe e o divertimento o é…
O problema, agora, é a discussão que estala entre o casal:
Ela acha que nem sequer devem esperar pelo jantar e que, logo a seguir ao desfile da tarde se devem pôr a andar para casa, até por causa do trânsito e do receio da polícia da estrada à caça da alcoolemia adquirida com o último – é sempre o último – copo.
Ele, que não senhor! Há que usufruir o “pacote” até ao último segundo nem que este seja às tantas da madrugada.
O miúdo safa-se a custo de um tabefe só porque argumentou que, amanhã, tem de se levantar cedo para ir para a escola.
A pequenita não tem esse problema, já desistiu de chamar a atenção para disfarce de “fada madrinha” completamente esfarrapado pelas brincadeiras e desbotado pelas abundantes chuvadas que apanharam. Além do mais, está com uma terrível constipação que a tem meio adormecida e desinteressada do que se passa à sua volta.
Nenhum dos dois consegue compreender os paizinhos e aquela teimosia em se divertirem custe o que custar. Por eles, a coisa está arrumada, já correram o suficiente atrás de outros miúdos da mesma idade, estão cheios de Coca-Cola e hambúrgueres, estafados, com diarreia, fartíssimos daquilo tudo.
Façamos um voto:
Deus queira que a viagem de regresso corra bem e que a família chegue a casa, inteira e sem danos de maior.
ama, 2011.03.08
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