Observando |
O frio, o vento agreste, a carteira magra, - magríssima da maior parte -, levam muitos a considerar que talvez não valha a pena repetir a coisa.
Isto de ser “alegre” em dias certos, programadamente, tem algo de sinistro e novelesco.
Como se tivessem um “chip” instalado no bestunto, deixam o seu querer, a sua vontade soberana à mercê do calendário e vá de fazer o possível e o que não o é - mercê das dificuldades actuais – para assumir uma alegria fictícia e bacoca.
Refugiam-se em refeições abundantemente regadas, em disparatados festejos comunitários onde, como uma manada obediente e abúlica, fingem uma alegria que não sentem.
Os mais novos, coitadinhos, lá vão satisfazendo a patetice dos pais que lhes compram disfarces, máscaras e espadas à “Vader” até que, exaustos, adormecem no banco traseiro dos popós enquanto os paizinhos dão o último pé de dança ou contam uma anedota porca que todos fingem ouvir pela primeira vez.
É o reino da ilusão, a festa do faz-de-conta.
Alguns – poucos – detêm-se por segundos a pensar como irão conseguir tapar o forte rombo que deram nas depauperadas finanças familiares, mas, isto, logo passa porque logo alguém argumenta com sabedoria idiota:
“ Depois…logo se vê…a gente tem o direito de se divertir…não?”
ama, 2011.03.07
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