04/02/2011

Ave-Maria - Origens e explicação

Duc in altum



Ave-Maria, cheia de graça o Senhor é convosco, bendita sois Vós entre as mulheres e bendito é o fruto do Vosso ventre, Jesus.
Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte. Ámen.

Como nasceu e qual é sua harmónica estrutura. A Ave-Maria consta de três partes: a primeira é tomada da saudação angélica: Ave, cheia de graça o Senhor é convosco (Lc 1,28). A segunda está formada pelas palavras de louvor que Isabel, parente da Virgem, e esposa de Zacarias, dirige a Maria ao entrar na sua casita de Ain karim: Bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre (Lc 1,42). A terceira parte é una invocação da Igreja, de origem muito posterior: Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte. Ámen.

A primeira coisa a advertir é que esta oração tem origem divina e origem eclesiástica. O Anjo e Isabel foram as personagens inspiradas por Deus. A Igreja, assistida pelo Espírito Santo, completou a primeira oração a Nossa Senhora.

A estrutura íntegra da Ave-Maria necessitou um milénio - do século VI ao século XVI - para alcançar a sua formulação actual. A sua história assemelha-se a um pequeno arroio que pouco a pouco vai adquirindo volume até formar um caudal amazónico, expressão do grandioso sentido da fé.

No entanto, podem fixar-se alguns dados de indubitável certeza. A vinculação da saudação de Gabriel com o louvor de Isabel se deve a Severo de Antioquia, (+ 538). Numa vasilha de barro encontrada em Luxor (Egipto) já se lêem estas palavras unidas. São João Damasceno, (+ 749), comenta-as nas suas homilias. A Igreja acrescentou os nomes de «Maria» no começo e de «Jesus» no fim, sendo Urbano IV no século XIII, seu afortunado autor. O último acrescento: «agora e na hora da nossa morte», aparece num breviário dos cartuxos de 1350, sendo assumido posteriormente pelos Trinitários e Camaldulenses ([i].

No ano 1525 encontra-se já nos catecismos populares. Pode afirmar-se que a fórmula definitiva que chegou até nós foi fixada por Pio V em 1568, por ocasião da Reforma litúrgica. Faz, pois, 432 anos que os católicos rezam na sua forma actual esta incomparável oração mariana, metade hino de louvor, metade súplica filial. E não nos cansamos de repeti-la pelo seu irresistível encanto sobrenatural.

         Que nos sirva sempre para ser melhores discípulos de Jesus.

(Fonte: Devocionário, Ver também: "Catecismo da Igreja Católica", nn. 2676-2677)





[i] Congregação Camuldalense da Ordem de São Bento  (latim: Ordo Sancti Benedicti Camaldulensis) (OSB Cam), ou Ordem religiosa dos Camaldulenses, é uma ordem religiosa pertencente à família dos Beneditinos, fundada por São Bento de Núrsia no século VI. O ramo Camaldulense estabeleceu-se graças aos esforços do monge italiano São Romualdo, no início do segundo milénio, no Sagrado Ermitério de Camaldoli, no cimo das montanhas centrais de Itália, perto de Arezzo. A sua reforma pretendia renovar e reintegrar a dimensão solitária da vida monástica sendo, por isso, uma Ordem essencialmente contemplativa. De origem italiana, espalha-se, actualmente, por todo o país. O mosteiro mais antigo da Ordem, ainda em funções, fica no centro de Roma e foi fundado por Gregório Magno no século VI.
A Ordem está, actualmente, dividida em duas congregações autónomas. Uma tem sede nas montanhas de Camaldoli, englobando diversos mosteiros e ermitérios. A outra, a Congregação de Monte Corona, foi fundada pelo reformador renascentista São Paulo Gustiniani, e compõe-se de grupos muito reduzidos de monges ou mesmo de monges que vivem isolados em ermitérios.
Existem monges Camaldulenses nos Estados Unidos da América  (a partir de 1958),  BrasilÍndiaFrançaPolóniaEspanha (Miranda de Ebro -Burgos), Colômbia (Monte Corona) e na Tanzânia.

Papas Camaldulenses
Pascoal II, 13 de Agosto de 1099 a 21 de Janeiro de 1118       

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.