Do desprendimento das coisas
Muito nos fala a Igreja da necessidade de desprendimento e é muito natural que o faça porque Jesus Cristo, na Sua pregação insistiu vezes sem conto nesta necessidade.
Em primeiro lugar temos a considerar que Deus aceita e quer aos homens de forma igual, sejam ricos, muito ricos ou pobres, muito pobres, muito inteligentes ou pouco ou, mesmo nada, cultos ou iletrados. Porque Deus ama o ser humano por aquilo que é e não pelo que tem ou possui.
Vemos como no Evangelho, ([i]) Jesus não tem pejo nenhum em considerar a entrega de dez minas a um homem. Ao termos em conta que a uma mina corresponderiam, mais ou menos, uns cinquenta quilos de prata, apreciamos que se trata de uma quantia enorme e que, portanto, a Cristo não lhe repugna que alguém detenha tão considerável fortuna. Mais, deseja que a faça render e crescer em valor para poder recolher, quando for o tempo, uma “mais-valia” apreciável, como diríamos hoje.
Este personagem fez o que estava implícito na atitude do seu Senhor: pôs o pecúlio a render de forma a corresponder ao que lhe foi solicitado, e, por tê-lo feito, merece um grande elogio e uma compensação que talvez não esperasse.
Conclui-se que, quando Deus entrega dez espera receber, pelo menos vinte e que, esse trabalho, por assim dizer, compete ao homem levá-lo a cabo.
Recebeu os meios e fê-los render.
Era a sua obrigação.
[i] Lc 19, 11-28;
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