Evangelho: Lc 11, 42-46
42 Mas ai de vós, fariseus, que pagais o dízimo da hortelã, da arruda e de toda a casta de ervas, e desprezais a justiça e o amor de Deus! Era necessário praticar estas coisas, mas não omitir aquelas. 43 Ai de vós, fariseus, que gostais de ter as primeiras cadeiras nas sinagogas e as saudações nas praças! 44 Ai de vós, porque sois como os sepulcros que não se vêem e sobre os quais se anda sem saber!». 45 Então um dos doutores da lei, tomando a palavra, disse-Lhe: «Mestre, falando assim, também nos ofendes a nós». 46 Jesus respondeu-lhe: «Ai de vós também, doutores da lei, porque carregais os homens com pesos que não podem suportar, e vós nem com um dedo lhe tocais a carga!
Comentário:
Na continuação do relatado no Evangelho anterior (Lc 11, 37-41), Jesus prossegue o Seu discurso. Percebe-se que os convivas devem pertencer, talvez na sua totalidade, à classe dos fariseus e doutores da lei. É uma ocasião soberana para o Mestre tentar, mais uma vez, fazer-lhes ver quanto de errado têm as suas atitudes e comportamento na sociedade judaica de então. Pondo a nu a falta de coerência e interioridade da sua observância da lei e dos costumes, preocupados, principalmente, com o aspecto exterior das coisas e dos actos, o Senhor procura chamá-los à razão. São pessoas evoluídas, com bases de cultura importantes, não têm nenhuma dificuldade em compreender o que Jesus Cristo quer dizer com as Suas palavras. Por isso mesmo, por se tratar de uma audiência com um elevado nível cultural, as Suas palavras são duras e sem tergiversações, chamando as coisas pelo seu nome, confrontando-os com a realidade.
Quantos se terão sentido tocados pelas palavras de Jesus, não sabemos nem isso nos interessa; o que, sim, sabemos, é que a palavra de Deus não deixa ninguém indiferente.
(ama, comentário sobre Lc 11, 42-46, 2010.08.10)
Porque contou o Senhor com tantos pescadores entre os Seus Apóstolos? (...). Que qualidade viu neles Nosso Senhor? Creio que havia uma coisa que apreciou particularmente nos que haviam de ser os Seus Apóstolos: uma paciência inquebrantável (...) Tinham trabalhado toda a noite e não tinham pescado nada; muitas horas de espera, em que a luz cinzenta da aurora lhes traria o seu prémio, e não o houve...
Quanto esperou a Igreja de Cristo através dos séculos (...) estendendo pacientemente o seu convite e deixando que a graça fizesse a sua obra! (...)
Que importa se num local ou noutro trabalhou duramente e recolheu muito pouco para o seu Mestre? Sob a Sua palavra, apesar de tudo, voltará a deitar a rede, até que a Sua graça, cujos limites não têm comparação com o esforço humano, Lhe traga de novo uma nova pesca.
(R. A Knox, Sermón en la fiesta de S. Pedro e S. Pablo, 1947.06.29, trad ama)
Doutrina: CCIC – 428: Somos todos chamados à santidade cristã?
CIC – 2012–2016; 2028–2029
Todos os fiéis são chamados à santidade. Esta é a plenitude da vida cristã e a perfeição da caridade, que se obtém mediante a íntima união com Cristo e, n’Ele, com a Santíssima Trindade. O caminho de santificação do cristão, depois de ter passado pela cruz, terá o seu acabamento na ressurreição final dos justos, na qual Deus será tudo em todas as coisas.
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