É fácil não fazer juízos sobre os outros. Parece que faz parte da nossa natureza humana esta tendência para analisar, medir, avaliar aquele com que nos deparamos.
A visão dá-nos quase de imediato uma série de informações que se relacionam com a estatura, o aspecto, a apresentação. Instantaneamente processamos tudo isto estabelecendo comparações com imagens padrão que guardamos no subconsciente. Segue-se, quase sempre, a avaliação.
Tudo isto, porquê? Com que finalidade?
Bom, poder-se-ia dizer que é um “processo automático” e que, a finalidade é a tomada de decisão do: gosto, não gosto, é-me indiferente.
Os "processos automáticos" revelam uma vontade fraca que não comanda o pensamento, a emoção ou as respostas aos estímulos externos.
O sacerdote e o levita da parábola do samaritano deviam ter este defeito.
O de Samaria, ao invés, é um homem sem preconceitos, reage ao estímulo de solidariedade que lhe provoca o homem prostrado na vera do caminho, ferido e maltratado por bandidos. É um ser solidário que caminha na vida considerando os outros - todos - seus iguais, dignos da sua atenção e do seu crédito.
Poderá ser tripudiado na sua boa-fé, terá desilusões, facilmente convencido, levado a fazer o que não que deseja?
Nada mais falso; esta pessoa nunca é enganada porque o que faz pelos outros é sem pensar num possível retorno.
Jamais fará o que for contra a sua vontade porque sabe muito bem o que lhe convém querer e, muito menos, arrastado por outros porque sabe o seu caminho.
Os outros, não!
Passam pela vida sempre sozinhos porque gastam o tempo a avaliar, a julgar e, enquanto o fazem, a oportunidade perde-se e, muito provavelmente, não voltará a repetir-se.
Estes ficam sós o outro, terá, sempre, muitos amigos que nunca o abandonarão.
(ama, 2010.07.20)
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