Sem dúvida que a esperança é um estado de alma, não um simples movimento interior de expectativa.
E o que é - aquilo que eu chamo - um estado de alma?
Trata-se de uma disposição permanente e duradoura que se vive independentemente dos acontecimentos exteriores.
Por outras palavras, o que acontece é observado criticamente tal como é e não o que, eventualmente possa parecer que é.
Por isso a esperança não assenta nem na concretização de algo que se deseja ou espera, nem no alheamento dessa realidade. A esperança leva a encarar os acontecimentos como fases num caminho para um fim desejado.
Também por isso, talvez, se costuma dizer que a esperança é a última coisa a morrer.
Esperar é viver com perspectiva de futuro com os olhos postos no presente não ignorando ou tentando escamotear o que possa pensar-se que vai contra essa disposição.
Quem possui a virtude da esperança tem muito mais possibilidades de ser feliz que aquele que a não tenha.
Porquê?
Porque o homem tende inevitavelmente para Deus que lhe incutiu uma ânsia de eternidade que é, como se compreende, a última felicidade.
Por isso a virtude da esperança é autêntico alimento já que se pode viver, perfeitamente, dela e, ao contrário, a sua ausência retira todo o sentido à vida.
(ama, dissertação, 2010.05.19)
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